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"É preciso superar a tentação de soluções fáceis", diz sacerdote na 47ª Assembléia Geral dos Bispos

Indaiatuba (Quinta, 23-04-2009, Gaudium Press) Os teólogos padre Joel Portela e padre Cleto Caliman apresentaram ontem, dia 22, aos mais de 300 bispos reunidos na 47ª Assembleia Geral da CNBB, em Indaiatuba (SP), uma análise da conjuntura eclesiástica em que destacaram os desafios ao trabalho de evangelização da Igreja no Brasil. Ambos fizeram suas considerações a partir do Seminário que o Instituto Nacional de Pastoral (INP), órgão da CNBB, realizou em agosto do ano passado abordando a temática “Igreja: comunidade de comunidades”.

Um dos desafios apontados pelo padre Joel diz respeito às paróquias. “O fato é que muitas de nossas paróquias não conseguem mais integrar plenamente em si a concepção ‘stricto sensu’ de comunidade. Não se trata de considerar que, nelas, não se trabalhe, não se invista na vida comunitária e nem se fale sobre o tema. A questão não se coloca na inércia pastoral, que até existe, mas não se consubstancia em situação majoritária nem relevante para o que estamos refletindo. A questão é estrutural diz respeito às mudanças na (forma de) lidar com o espaço e com a dimensão comunitária”, afirma o teólogo.

Segundo o religioso, a tendência hoje é que sejam acolhidos diversos modos de concretizar a dimensão comunitária: comunidades territoriais e comunidades não-territoriais. “O que permanece, como princípio historicamente inevitável, é a configuração em pequenas comunidades. É tempo de intensificar ainda mais a capilarização ou nucleação comunitária, ultrapassando os limites das relações burocráticas, da prestação de serviços e da efetiva experiência comunitária apenas para alguns”, disse. Para ele, é preciso investir “em pequenas comunidades territorialmente estabelecidas, com laços de vizinhança geográfica”.

Já o padre Cleto Caliman afirmou que é preciso superar a tentação de soluções fáceis. “Em tempos de mudança, há o risco de buscar respostas curtas à insegurança, como o fundamentalismo e o emocionalismo (…) na atual mudança de época, a Igreja, cuja missão é expressar a catolicidade da vontade salvífica universal de Deus, deve somar esforços para uma nova consciência planetária, superando uma consciência fragmentária, centrada na singularidade das ‘tribos’ e grupos fechados sobre si mesmos, visando à construção de um ‘sujeito solidário’, que busca a vida plena no espírito da grande tradição da Igreja”, concluiu.

 

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