“A Páscoa é um acontecimento inaudito, o coração, o âmago do cristianismo”, afirma arcebispo de Londrina

Londrina (Quarta-Feira, 28/03/2012, Gaudium Press) Dom Orlando Brandes, arcebispo metropolitano de Londrina, no Paraná, em seu último artigo, intitulado “Páscoa apenas feriadão?”, afirma que hoje em dia não podemos mais supor que a nossa cultura seja religiosa, e sim que ela seja uma mistura de cristianismo e de paganismo. No início da Igreja, os cristãos eram perseguidos e mortos pela espada, hoje são perseguidos e enfraquecidos pela cultura do bem-estar, do individualismo e do prazer segundo gosto do consumidor.

Dom Orlando Brandes Arcebispo metropolitano de Londrina

No entanto, explica dom Orlando, a realidade secularizada não consegue vencer a fome de espiritualidade, pois enquanto muitos decidem não mais pertencer à Igreja, nem serem chamados de cristãos, outros se agarram à fé. “Os que são vítimas do consumismo vivem sob a tirania do trabalho e do stress, fazem da Páscoa um feriadão, com compra de ovos de chocolate e de bacalhau. Outros vivem profundamente o mistério pascal”, completa ele.

Para o arcebispo, atualmente o ser humano vive uma “balbúrdia religiosa” feita de fundamentalismo, tradicionalismo, conservadorismo. Para os cristãos conscientes e verdadeiros discípulos do Senhor, a Páscoa é um acontecimento inaudito, uma surpreendente e alegre noticia porque é o centro, o coração, o âmago do cristianismo.

De acordo com o prelado, a Páscoa é a grande prova do amor extremado de Deus pelo mundo, é a resposta de Deus ao nosso pecado, além de ser a festa da misericórdia que põe fim ao mal, ao mau uso da liberdade e da morte.
“Sem a páscoa o cristianismo seria apenas fracasso, falência, mentira, ilusão, engano. A Páscoa é a festa da verdade e do fundamento do cristianismo. O Pai, na ressurreição do seu filho, confirma a pessoa, a ação, a doutrina de Jesus”, afirma o arcebispo, que ainda lembra que a Páscoa é a confirmação do Evangelho, e assim podemos colocar nele toda nossa confiança e esperança.

“A morte e ressurreição de Jesus são remédios do amor de Deus, que curam a ferida do pecado original que é o pecado. A fé na ressurreição é uma grande motivação das nossas lutas pela dignidade, saúde e salvação da pessoa humana. Vencida a morte, nós somos tomados de coragem, ousadia e audácia, para vencer os outros males”, enfatiza.

Por fim, dom Orlando acredita que a Páscoa gera em nós sentimentos de gratidão, gratuidade e alteridade.

Para ele, a religião não é apenas obrigação, mas, admiração, atração, comoção e encantamento por Deus, e sendo assim a cordialidade e a amabilidade são frutos da Páscoa enquanto festa da alegria e da esperança. Ainda segundo o arcebispo, a Ressurreição do Senhor nos leva à convicção de nossa grandeza, pois somos realmente e definitivamente amados e salvos.

“Como é diferente a Páscoa feriadão, da Páscoa cristã!

Ser testemunha da ressurreição é lutar pela vida, levar a alegria aos outros, saber consolar, apontar soluções, olhar para frente, recomeçar sempre, não se cansar de fazer o bem. Que a celebração deste ministério nos leve à missão: Do mistério ao ministério”, conclui dom Orlando. (FB)