Gaudium news > Católicos da Síria assistem impotentes aos violentos ataques contra cristãos

Católicos da Síria assistem impotentes aos violentos ataques contra cristãos

Damasco_Dom Samir.jpg
Dom Samir Nassar afirma que a situação dos cristãos na Síria está cada vez mais delicada

Damasco (Segunda-feira, 19-03-2012, Gaudium Press) Dom Samir Nassar, Arcebispo Maronita de Damasco, na Síria, fez um relato sobre a situação que está sendo enfrentada pelos cristãos no país, um ano depois do início da revolta e da violência. Dom Nassar lembra que “aquilo que havia começado como uma pequena manifestação no sul da Síria em 15 de março de 2011, se transformou numa crise que está abalando cada cidade do país”.

O prelado lembrou ainda que, “diante de uma crise que em um ano, aumentou em nível local e chegou a proporções regionais, a Síria se tornou uma área de conflito internacional, cujas motivações políticas, militares e econômicas estão plasmando o futuro do país”.

Ele lembrou ainda que o sofrimento dos católicos sírios é grande e que, a única coisa que pode ser feita, é assistir, impotentes, a este drama. “Felizmente, o Santo Padre Bento XVI preenche o vazio, pedindo paz, justiça, diálogo e reconciliação”.

Dom Nassar afirma que “o conflito está num beco sem saída”. Ele lembra que as pessoas “estão submetidas a pressões enormes e a um intenso sofrimento, que aumenta com o passar do tempo. Ódio, divisões e miséria aumentam, em meio à ausência de atos de compaixão e de ajudas humanitárias. A Síria parece estar diante de um impasse mortal”.

Sobre a condição dos cristãos, o Arcebispo afirma: “A atual situação de paralisação está alimentando a angústia dos fiéis que no final das Missas se cumprimentam com um adeus, pois se sentem incertos em relação a seu futuro. O fechamento das embaixadas em Damasco impossibilitou a obtenção dos vistos, o que limita significativamente a possibilidade de deixar o país”.

Dom Nassar explica que “neste momento de grande tormento e divisão a família se torna o único refúgio para as vítimas da crise. A família age como um escudo que garante a sobrevivência da sociedade e da Igreja. Por este motivo, diante da tragédia, a Igreja decidiu focalizar sua atenção e suas orações nas famílias, fornecendo-lhes toda a ajuda e apoio possíveis”.

Por outro lado, o Arcebispo Maronita de Damasco afirma que “a crise parece não ter fim. Ao contrário, a tempestade está cada vez mais forte e não vemos uma luz”.

Ele diz ainda que a grande pergunta que ronda os sírios é: “aonde irá e o que será da Síria?”. Com esta preocupação, conclui o Arcebispo, os cristãos vivem a Quaresma “em silêncio, com as mãos vazias, o coração pesado e os olhos voltados a Cristo Ressuscitado, que orienta nossos passos ao caminho do perdão e da paz”. (LB)

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas