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Nas últimas etapas de sua vida, o ser humano se faz “testemunha do amor”: Dom Zimowski

Roma (Segunda-feira, 12-03-2012, Gaudium Press) Nas situações de maior fragilidade, próximo do final de sua vida, o ser humano adquire a missão de “ser testemunha do amor”, afirmou o presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde (PCPS), Dom Zygmunt Zimowski, em uma conferência no Auditório da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Sagrado Coração, em Roma.

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Dom Zygmunt Zimowski

Este testemunho de amor, de altíssima importância, inclui para o arcebispo “respeitar a vida, reafirmando seu valor não negociável desde seu início até seu fim natural, amar e aceitar a vulnerabilidade e testemunhar a proximidade, a empatia, a piedade”. Esta interpretação cristã do final da vida contrastada radicalmente com a proposta da cultura secularizada, radicalmente empenhada em fugir do sofrimento.

Para Dom Zimowski, o sofrimento humano vai além da simples dor física, realidade que compartilhamos com os animais, e “afeta todo o corpo e implica todas as dimensões da pessoa, vai mais além da mera aparência física e chega ao psicológico e ao espiritual”. Quando se tem uma perspectiva integral do sofrimento, pode começar a entender-se seu sentido: “A fragilidade humana é um convite a abrir-se a horizontes mais altos, a superar-se a si mesmo”, afirmou o Arcebispo.

“A condição de fragilidade não diminui, mas aumenta o valor precioso e único da vida humana”, advertiu o presidente do Pontifício Conselho, em uma clara referência as tentativas para justificar os atentados contra a vida como um alívio do sofrimento.

Ao contrário, a vulnerabilidade “faz que seja ainda mais forte e mais urgente a necessidade de ter cuidado em todas as circunstâncias e contextos, particularmente em situações de enfermidade grave e incurável”.

Por este motivo, o prelado convidou aos profissionais da saúde a converter-se em “custódios e servidores da vida humana”, conscientes da delicada relação de confiança de um ser humano “necessitado, porque encontra-se enfermo, e se confia” à consciência do agente da saúde, “pedindo não só perícia profissional mas, cada vez mais, uma participação pessoal na própria condição”.

A prática médica transcende, portanto, a dimensão física do tratamento e exige um manejo responsável conforme a todas as dimensões da natureza humana.

Dom Zimowski concluiu recordando as palavras de Bento XVI na encíclica “Spe Salvi”: “A grandeza da humanidade está determinada essencialmente por sua relação com o sofrimento e com o que sofre”.

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