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Somente a Igreja voltada a Deus pode Evangelizar

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Dom César Augusto falou sobre o papel dos leigos na Evangelização

Madri (Segunda-feira, 12-03-2012, Gaudium Press) A 12ª Jornada Diocesana do Apostolado dos Leigos de Madri teve início com a Santa Missa presidida por Dom César Augusto Franco Martinez, Bispo Auxiliar de Madri e responsável pelo apostolado dos Leigos. Em sua homília Dom Martinez disse que “um ano mais nos reunimos nesta jornada que pretende criar a comunhão e fomentá-la entre todos os que trabalham decididamente no apostolado dos leigos. Pretende também animar nesta tarefa nada fácil da Nova Evangelização, tal como nos mostra o lema desta jornada”.

O prelado disse ainda que sempre buscaram um lema que fosse chamativo. “Mas, se analizarmos tema por tema, todas estas jornadas nos apontam para o mesmo: ser testemunhas de Cristo na sociedade e no mundo, testemunhas que levam à graça do Senhor, testemunhas convincentes pela grandeza de sua dignidade, embora sejamos pecadores, que levam a mensagem de Cristo à humanidade, testemunhas que tragam ao único rebanho da Igreja pastoreado por Deus como diz o texto de Miquéias, aqueles que buscam e amam a Deus”.

Dom Franco continuou sua homília afirmando que “na realidade, a Nova Evangelização, como nos recorda o texto dos Lineamenta (linhas de base) para o novo Sínodo dos Bispos em outubro, coloca a Igreja num desafio de ser ela mesma. Nos perguntamos muitas vezes o que significa a Nova Evangelização e todos recordamos aquelas palavras emblemáticas do Beato João Paulo II que dizia que a uma evangelização nova em seus métodos, em sua linguagem e em seu estilo. Mas a Nova Evangelização, queridos irmãos e irmãs, não se diferencia nada da primeira. Nada. É a mesma. Em um mundo distinto, em circunstâncias históricas, sociais, culturais distintas, mas Evangelizar é o mesmo hoje, ontem, amanhã e sempre. Paulo VI dizia que evangelizar era fazer público o nome de Cristo, sua vida, seus milagres, seus ensinamentos. Tudo em nome de Jesus. E essa é a Igreja que hoje tem a tarefa preciosa de Evangelizar”.

Para evangelizar devemos nos deixar ser amados por Deus

Dom César Augusto Franco Martinez analisou as leituras da Santa Missa e recordou que: “somente uma Igreja que vive com a consciência de que foi salva, redimida, somente uma Igreja convertida a Deus, pastoreada por Deus, voltada a Deus, pode realizar a tarefa da Evangelização. E portanto, a primeira coisa que devemos fazer para evangelizar, é nos deixar amar ser pastoreado e perdoado por Deus. Porque assim, nosso coração será renovado, profundamente novo e então, as pessoas não precisarão de muitos discursos, sendo que lhes bastará, em certo sentido, o testemunho de uma vida nova, que é capaz de provocar a consciência do mundo moderno e de cada pessoa. E é capaz de convidar os outros a dizer: vem e experimenta como Deus é bom e misericordioso”.

O prelado também recordou que “no Decreto do Concílio Vaticano II, que trata dos leigos – Apostolicam Actuasitaten – quando se diz que é o apostolado, se diz, que é definido como todo o esforço do Corpo Místico da Igreja por levar aos homens a Salvação. Mas é este Corpo Místico que vive em harmonia com Cristo, que é capaz de levar aos outros a salvação e lhes anunciar o Evangelho”.

Da mesma forma, comentando durante a homília a parábola do Filho Pródigo que havia sido proclamada no Evangelho, Dom Franco recordou que existem duas maneiras de sentir-se na casa de Deus: “nós podemos estar na casa de Deus, mas como caimos na tentação de pensar que somos bons, de que podemos passar a Deus o resultado de tudo o que fazemos por Ele. Como caímos na tentação de pensar que tudo o que temos é mérito nosso….é claro que não podemos levar a Evangelização. Temos planos que nascem da nossa vontade de ser e não de nossa vontade de ser amados.”

Dom César Augusto afirmou ainda: “estou seguro que o Filho Pródigo não precisaria muito para falar do amor do pai e de explicar aos outros a misericórdia que o pai teve para com ele. E convidar os outros a amar a um pai assim. É todo um simbolismo que significa esta parábola. Eu os convido, queridos irmãos, em suas associações apostólicas e movimentos – tenho certeza de que os fazem – mas os convido a recordar o que disse a Exortação Apostólica Pós Sinodal Christifidelis Laici sobre o fim de todas as associações e movimentos: não é o seu carisma particular o fim. O fim é prévio; o fim é de toda a Igreja”.

O fim é a santidade de todos os membros da Igreja

“O fim é – diz a Christifidelis Laici – a santidade de todos os membros, por isso, todos os movimentos e associações apostólicas concordam e nos unimos no fundamental e no essencial da vida da Igreja. O fim não é chegar o que me faz presente em tal âmbito ou outro, em tal cenário, ou nestes aerópagos da cultura. O fim é a vida batismal. O fim é dar a cada à Igreja, sua santidade pessoal. O que é isso? Mostrar que Deus é compassivo e misericordioso. Para que quando nós o vejamos – disse Jesus no Sermão da Montanha – louvem vosso Pai que está no Céu. Este é o fim. E isto, queridos irmãos, é muito exigente, certamente. Mas é muito simples, como o próprio Evangelho”.

O prelado continua afirmando que “é exigente porque nos faz perguntar a cada um de nós se estou neste caminho de conversão pessoal e de volta com Deus. Se meu movimento, se minha associação, está neste processo de conversão permanente a Deus. Porque se está, se nós estamos, Deus nos dará o fruto da nossa fé, o fruto do nosso trabalho”.

“Vamos pedir ao Senhor – concluiu Dom Cesar Augusto – que nos conceda isto: que sejamos protagonistas da Nova Evangelização, porque somos protagonistas desse amor de Deus derramado em nossos corações, quando fomos salvos por seu Filho e nos pastoreia com seu cajado de compaixão e misericórdia. Que Santa Maria a Virgem, nossa Mãe, nossa Senhora, nos ajude sempre a permanecer junto a Cristo, com essa obediência da fé que a caracterizava e que ela fez de forma sublime como primeira evangelizadora”.

Rafael Ituarte Pujol – Correspondente Gaudium Press na Espanha
Tradução: Luciano Batista

 

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