Estudantes da PUC do Peru pedem mudanças de estatutos da instituição

Lima (Quarta-feira, 29-02-2012, Gaudium Press) Após o pedido feito pelo secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcísio Bertone, para que a Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP) modifique seus estatutos para adaptá-los à Constituição “Ex Corde Ecclesia” – documento vaticano que regula o funcionamento das universidades católicas – uma associação de estudantes desta universidade, Agrupamento Universitário Riva Agüero, declarou que apoia irrestritamente as medidas exigidas pela Santa Sé.

Os estudantes da associação desestimaram os argumentos daqueles que criticam o pedido do Vaticano de adequação de estatutos, dizendo que ele deixaria vulnerável a autonomia universitária. “Ele pressupõe que a Igreja Católica seria agente externo da universidade, mas não é assim. A universidade é da Igreja e autonomia não se há de vulnerar”, sustentou o presidente do grupo, Luis Talledo.

Conforme Talledo, há muito desinformações entre aqueles que defendem a posição contrária a Santa Sé. “Os alunos podem repetir dois ou três slogan, mas se lhes fazem perguntas não sabem mais. Muitos têm fome de saber a verdade. Fizemos este grupo para criar estes espaços, para que com apoio de organizações ou especialistas tenham esse liberdade de perguntar”, expressou.

Os estudantes do agrupamento também rechaçaram os ataques pessoas feitos contra o arcebispo de Lima, Cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, dentro da universidade. “Ele se viu muito atacado e creio que a mesma universidade deveria pedir desculpas”, opinou Talledo.

O Agrupamento Universitário congrega não só estudantes mas também docentes e egressos, por assim dizer, representa diversos setores da comunidade estudantil. A associação foi constituída em agosto de 2011 e apoia totalmente os requerimentos da Santa Sé.

Ex-aluno da PUCP fala sobre o atual caráter da universidade
O diretor para a América Latina do “Population Research Institute” (PRI) (“Instituto de Pesquisa Populacional”, em espanhol), e ex-aluno da PUCP, Carlos Polo, afirmou recentemente que a universidade não só há muitos anos perdeu sua marca católica como promove institucionalmente o aborto e a ideologia de gênero.

“Faz tempo que deixou de ser católica. Qualquer que tenha estudado lá sabe que não é e profissionalmente hoje, na organização que gerencio, vejo que a maioria das organizações pró-abortistas têm como líderes profissionais que se formaram na Universidade Católica”, afirmou Polo.

“Estudei desde 1982 até 1987 na faculdade conhecida domo a República Socialista de Ciências Sociais. Toda minha formação foi um curriculum absolutamente ateu, alijada de Deus”, afirmou o diretor. Além disso, revelou, “a Universidade Católica não apenas têm professore que pensam a favor do aborto, mas que institucionalmente trabalham com organizações abortistas”.

Polo contou também que na faculdade de Direito há um observatório de Bioética e Direito que trabalha muito coordenadamente com o Centro de Bioética de Barcelona, “que é o maior promotor do aborto na Espanha”. Segundo o ex-aluno da PUCP, a diretora do centro de Bioética e Direito da univerisdade, Paula Silverino, “é uma ativista do aborto em nível latino-americano”.

O diretor revelou por fim que a escola de Pós-graduação da Universidade Católica tem um curso em estudos de gênero, “ideologia criada em um laboratório de Nova York, para descristianizar o mundo, promover o aborto e o controle de natalidade”, disse.