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Cristãos asiáticos vivem momentos de tensão em Teerã e no Kuwait

Teerã / Kuwait (Terça-feira, 28-02-2012, Gaudium Press) As autoridades iranianas não estão medindo esforços para limitar a presença e a influência dos cristãos no país. Além das constantes prisões de cristãos que frequentam as chamadas “igrejas domésticas” ou os templos históricos, recentemente intimaram que o culto cristão realizado em “farsi” – língua persa nacional do Irã e que não é aceito pelas autoridades – fosse cessado.

Segundo nota emitida pela Ong “Open Doors”,que defende a liberdade religiosa no mundo, em 10 de fevereiro, o Ministério da Inteligência e Segurança proibiu a duas igrejas presbiteranas em Teerã, a utilizarem a língua na adoração de sexta-feira. É permitido, em vez disso, uma celebração dominical em persa, porém é um dia em que a maioria dos iranianos trabalha e poucos fiéis podem participar.

Com a nova restrição, ambas as igrejas perderam mais da metade de seus devotos. A medida visa impedir que os fiéis de Teerã possam ir à igreja e que a fé cristã se expanda: é dirigida, especialmente aos iranianos que não falam armênio ou assírio, falado pelas minorias históricas cristãs no Irã.

Já no Kuwait o novo grupo parlamentar islâmico “Al-Adala Bloc” (Grupo de Justiça) anunciou um projeto de lei que proíbe a construção de igrejas e outros lugares de culto não islâmicos no pequeno emirado. Segundo fontes da agência de notícias Fides, a proposta vem do parlamentar kuwaitiano Osama Al-Munawer.

Num primeiro momento, ele havia anunciado que gostaria de introduzir uma lei para a remoção de todas as igrejas do país; mais tarde explicou que isso diz respeito somente a construção de novas igrejas.

A proposta, apoiada por outros parlamentares, é motivada pelo fato de que “o Kuwait já tem um número excessivo de igrejas em relação à minoria cristã do país”.

Outro parlamentar islâmico, Mohammad Hayef, comentando a notícia da recente licença de construção, concedida a uma nova igreja em Jleeb Al-Shuyoukh, disse que a medida “é um erro do Ministério de Assuntos Islâmicos” e “não vai passar despercebida”.

A proposta de lei contra novas igrejas foi criticada na sociedade civil. O advogado e parlamentar Nabeel Al Fadhel explica que “a Constituição estabelece claramente a liberdade religiosa e o direito de todas as pessoas de praticar suas crenças religiosas”, e recordou que os governantes do Kuwait sempre defenderam a liberdade religiosa.

A Ong “Kuwait Human Rights Society” (KHRS) condenou “o comportamento irresponsável que gera tensão e ódio entre os cidadãos”, destacando que o Kuwait deve permanecer um país que tutela a segurança e a tolerância de todos os cidadãos e moradores. (LB)

 

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