Bispos americanos continuam protesto contra o mandato contraceptivo
Bispos da Conferência Episcopal Americana se unem contra projeto do governo |
Washington (Terça-feira, 07-02-2012, Gaudium Press) Continuam nos Estados Unidos as reações contra o chamado “mandato contraceptivo” do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo Barack Obama. Até o momento, mais de 150 bispos americanos se manifestaram contra o decreto que obriga as organizações católicas a proporcionar a cobertura de seguro contraceptivo – alguns dos remédios tem efeitos abortivos – e esterelização, práticas contrárias a moral católica.
“Não podemos e não vamos cumprir esta ordem federal injusta. Não podemos e não vamos aceitar esta afronta flagrante a nossa liberdade religiosa”, disse Dom Kevin Rhoades, da Diocese de Fort Wayne-South Bend (Indiana), em declaração emitida no dia 2 de fevereiro e que está sendo lida em todas as paróquias da diocese. As implicações do mandato são “graves e impacta negativamente a Igreja Católica e golpeia o direito fundamental da liberdade religiosa”, concluiu.
Em uma declaração prévia, o mesmo Dom Rhoades havia declarado que esta norma do Departamento de Saúde dos Estados Unidos não tem precedentes no que se trata de forçar as instituições religiosas, outras instituições e indivíduos e fazer coisas que os católicos consideram imoral e
Dom Kevin Rhoades |
pecaminoso.
Na sua carta de 2 de fevereiro, Dom Rhoades pedia aos católicos para que fizessem uma campanha de oração e visitar o site da Conferência Episcopal Americana – www.usccb.org – para conhecer sobre o decreto do Departamento de Saúde e apoiar o projeto de lei “Respect for Rights of Conscience Act”, que reverte os atos que foram tirados do mandato.
Por outro lado, o Arcebispo da Filadélfia, Dom Charles Chaput emitiu um “alerta de ação” no dia primeiro de fevereiro sobre o decreto do Departamento de Saúde, afirmando que “os bispos e líderes leigos católicos nos Estados Unidos estão deixando claro que não podemos cumprir com esta lei injusta, sem comprometer nossas convicções e minar a identidade católica de muitos de nossos ministérios de serviço”.
Dom Charles diz ainda na carta que “este não é somente um tema importante entre os muitos que nos preocupam. Esta regulamentação é diferente. Esta decisão interfere com o direito fundamental dos cidadãos católicos a organizar-se e trabalhar pelo bem comum como católicos em praça pública”.
“Como os mártires de antigamente”
“Os católicos podem ter de sofrer pela integridade de suas instituições”, afirmou Dom Fabián Bruskewitz, bispo de Lincoln (Nebraska) em sua resposta ao “mandato contraceptivo” da administração Obama.
Dom Fabián Bruskewitz |
“Não podemos e não cumpriremos este mandato injusto”, disse Dom Fabián em um comunicado que também está sendo lido em todas as paróquias da diocese. Na carta o prelado lembrou ainda que “como os mártires da antiguidade, devemos estar preparados para aceitar o sofrimento, que pode incluir fortes multas e prisão”. Segundo o bispo, “a Igreja pediu ao presidente Barack Obama que rescinda esta lei, mas todas as solicitações encontraram uma parede e chegaram a ouvidos surdos”.
Dom Fabián explicou ainda que “todas as escolas católicas, hospitais, agência de serviço social e similares, serão obrigadas a participar do mal”. As escolas católicas nos Estados Unidos tem matriculados cerca de 300 mil estudantes não católicos. A Igreja conta nos Estados Unidos com mais de 600 hospitais e cuida de um em cada seis pacientes no país.
“Comunicado no Washington Post”
Mais de 400 líderes católicos exigiram ao Congresso Americano e da administração para proteger os direitos da consciência no cuidado com a saúde. Em carta aberta publicada nos dois principais jornais dos Estados Unidos – New York Times e Washington Post – em 21 de dezembro, 150 destes líderes afirmaram que o “mandato contraceptivo” afetaria tanto a liberdade religiosa como o acesso aos cuidados com a saúde.
A seguir, o texto do comunicado que pede a liberdade religiosa e a proteção dos direitos de consciência:
“Nós, abaixo assinados, apoiamos firmemente o acesso a um cuidado de saúde afirmativo da vida para todos, e a capacidade dos grupos seculares e religiosos e de pessoas, a dar e receber tal atenção.
É por isso que estamos formulando objeções a uma norma emitida pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, obrigando a quase todos os planos de saúde privados a cubrir os procedimentos de esterelização e os remédios anticonceptivos, incluindo drogas que podem causar um aborto prematuro.
Como foi dito, a norma obrigará as organizações católicas que desempenham um papel vital na prestação de serviços de saúde e outros serviços necessários a violar sua consciência severamente ao restringir estes serviços.
Isso pode danificar tanto a liberdade religiosa e o acesso aos cuidados de saúde.
O mandato do Departamento de Saúde coloca muitas organizações de cunho religioso e a indivíduos em uma posição insustentável. Mas também prejudica a sociedade em seu conjunto, minando uma grande tradição americana de respeito à liberdade religiosa e a liberdade de consciência. Em uma sociedade pluralista, nosso sistema de saúde deve respeitar as convicções religiosas e éticas de todos. Nós pedimos ao Congresso, à Administração e a nossos cocidadãos a reconhecer esta verdade e trabalhar conosco para reformar a lei em consequencia. (LB)
Com informações da National Catholic Register
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