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Artigo: A Beleza no relato Bíblico

 

O Gêneses da humanidade, segundo a Bíblia, inicia-se com a criação do mundo, culminando na criação do homem. Ao sair das mãos do Criador, a Terra era eminentemente bela. O agrado de Deus se manifestou em cada coisa criada, concluindo-as com uma exclamação de apreciação: “E Deus viu que o que havia feito era muito bom!” (Gen. 1, 31).

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Tão pronto desobedeceu, Eva tornou-se um
poderoso meio 
para ocasionar a queda
do esposo.

A alegria diante das obras de Suas mãos é expressa pela perfeição e beleza das coisas que criara. Tudo era muito belo, sem mácula, sem defeitos. Deleite para os sentidos daquele que trouxera à Terra uma cópia do céu. O belo é compreendido como sendo uma semelhança da perfeição na obra de Deus.

As interpretações teológicas dão conta de que Deus se preocupou com a beleza e a variedade de sua criação. Por conseguinte, transmitiu à suas criaturas racionais, o dom da apreciação do belo. Esta apreciação se deu no exato instante em que o homem saiu das mãos do Criador e passou a contemplar as belezas do jardim do Éden.

Adão, o primeiro homem, saiu das mão de seu Criador perfeito em organização e beleza de forma. Foi ele a obra que coroou a criação, pois era feito à imagem de Deus.

Adão e Eva, conforme o relato histórico cristão, eram nobres em estatura e perfeitos em simetria e beleza. Estavam sem pecado e em perfeita saúde. Os órgãos e faculdades de seu ser encontravam-se desenvolvidos e harmoniosamente equilibrados.

Foi o desejo imoderado que trouxe como resultado a perda do Éden. Eva, distanciada de seu esposo, passeava pelo jardim, admirando as belezas na criação de Deus, e tardou em considerar a restrição imposta por Deus no tocante à árvore do conhecimento.

No paraíso tudo era belo

Curiosa, aproximou-se da árvore proibida, desejosa em saber como a morte poderia esconder-se em um fruto de tão bela árvore. Surpreende-se ao escutar uma serpente dirigir-lhe a palavra. Com voz musical, palavras suaves e melodiosas, Satanás dirigi-se à maravilhada Eva. A serpente exalta-lhe a beleza e o excessivo encanto, o que agradou a Eva. Ela sentindo-se encantada, lisonjeada, toma do fruto e come. Tão pronto desobedeceu, Eva tornou-se um poderoso meio para ocasionar a queda do esposo.

Desta forma, se pode concluir que de acordo com a Bíblia, desdo os primeiros dias em que o universo foi criado, Deus ao contemplar as obras de suas mãos viu que tudo era bom e ao mesmo tempo viu também que tudo era belo e estava conforme a Sua vontade. Eram boas e igualmente belas, pois boas se diz das coisas que são apetecíveis e belas dos apetecíveis que são agradáveis.

As criaturas eram, portanto, aos “olhos de Deus”, além de boas, efetivamente belas. As criou cheias de beleza para revelar a nós sua glória e fazermos participar de sua felicidade. Santo Agostinho citado pelo catecismo da Igreja Católica (CIC, 32) diz:

“Interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar, interroga a beleza do ar que se dilata e se funde, interroga a beleza do céu… interroga a todas as realidades. Todas elas te respondem: olhai-nos, somos belas. Sua beleza é um hino de louvor. Estas belezas sujeitas a mudanças, quem as fez se não O belo não sujeito à mudanças?” (Serm. 241, 2: PL 38, 1134)

Todas as coisas naturais, viventes ou não viventes, estão repletas de beleza. Tal abundância de beleza representada de tantas formas e em tantos níveis, nunca poderia vir a ser uma causalidade. Desta forma, a beleza encontrada na natureza procede de um motivo que não está vinculado somente à necessidade e tem uma razão de existir.

Portanto, existe Alguém responsável pela beleza natural das coisas. Tales de Mileto, o primeiro dos filósofos gregos diz: “De todas as coisas que são… a mais bela é o universo, pois é obra de Deus”.

Por isso, de acordo com a doutrina Bíblica, quando o poeta descreve uma orquídea ou quando o filósofo demonstra um raciocínio, são estes os graus da escada que leva até a mais alta e excelsa beleza, o Criador.

Por Inácio Almeida

 

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