Igrejas de cidades históricas de Minas Gerais vão passar a Semana Santa fechadas
Belo Horizonte (Quarta, 08-04-2009, Gaudium Press) Igrejas de cidades históricas de Minas Gerais, como Mariana e Ouro Preto, vão passar a Semana Santa de portas fechadas. Só em Ouro Preto, quatro das 13 igrejas locais foram interditadas por riscos de acidentes. Em Mariana, técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) avaliaram a estrutura da Igreja de São Francisco, uma das mais tradicionais da cidade. Para garantir a segurança dos fiéis, a paróquia foi fechada.
Na última segunda-feira, a comunidade da Igreja de São Francisco de Assis tentou reabrir as portas. Técnicos do Iphan, engenheiros e membros do Corpo de Bombeiros reavaliaram o risco de acidentes. O laudo só deve ser concluído em dez dias. Até lá, o Ministério Público não vai autorizar nenhum tipo de cerimônia ou visitação de turistas. “Há perigo iminente de desabamento total ou parcial de algumas partes da igreja”, avalia o promotor do Patrimônio Histórico de Mariana, Antônio Carlos de Oliveira.
A Igreja de São Francisco, em Mariana, está interditada há oito dias, a pedido do Iphan. A ação de cupins e o aparecimento de trincas estariam comprometendo a segurança do local. Por falta de segurança, quatro das 13 igrejas históricas de Ouro Preto também estão de portas fechadas, desde a semana passada, para turistas e fiéis. Sem poder celebrar missas e dobrar os sinos durante as procissões, a tradicional Semana Santa da cidade será mais discreta.
A recuperação da Paróquia de Santa Efigênia, em Ouro Preto, começou há sete meses. “É natural existirem cupins e carunchos. O que não é natural é deixar eles comerem as obras artísticas das igrejas e edificações históricas de Minas e do país”, diz o especialista Norivaldo dos Anjos.
Nas igrejas de São José, das Mercês e do Senhor Bom Jesus, também em Ouro Preto, não há previsão para o início das obras. A prefeitura da cidade informou que tem buscado recursos em instituições financeiras e nos governos estadual e federal para financiar a recuperação do patrimônio da cidade. No caso das igrejas, as obras são feitas por meio de convênios firmados com a arquidiocese de Mariana, proprietária dos imóveis.
Sobre a situação da Igreja de São Francisco de Assis em Mariana, a prefeitura informou que não houve pedido de ajuda ao município e que não foi comunicada pelo Iphan nem pela arquidiocese sobre a necessidade de interdição. A prefeitura informa, ainda, que poderá contribuir com a recuperação do imóvel, o que já foi feito em vários patrimônios tombados.
A má conservação ameaça também outros monumentos históricos de Minas Gerais. Em Congonhas, parte do telhado da matriz de Nossa Senhora da Conceição cedeu e põe em risco uma construção do período colonial. “É a maior nave do período colonial, superando Ouro Preto e de outras cidades históricas”, conta o padre João Chagas, pároco da matriz.
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