Católicos vítimas de perseguição na Índia se prepararam para o Natal
Bhubaneswar (Sexta-feira, 16-12-2011, Gaudium Press) No novo assentamento cristão de Anandnagar no distrito de Kandhamal, local onde vários cristãos foram brutalmente assassinados em 2008, os fiéis rezaram e celebraram a esperança, na expectativa do Natal.
Em Anandnagar estão os cristãos que foram reassentados logo após serem expulsos de suas aldeias indígenas, na localidade de Tikabali no distrito de Kandhamal. Segundo relato da Igreja local, cerca de 800 pessoas provenientes de 450 famílias cristãs, vítimas de violência, se reuniram em 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição para uma reunião de pré-natalina “oração e esperança”.
O Irmão K.J. Markose, missionário monfortiano que vive em Kandhamal, informa que foi um encontro pacífico, caracterizado por um clima de acolhimento e festa, preparado pelas religiosas das Missionárias da Caridade (MC), junto com os habitantes do povoado.
A assembleia ouviu uma catequese sobre o significado do Natal e participou de um encontro de oração dirigido pelo Padre Sisirkant Sabhanayak, Pároco da Igreja Mãe de Deus, perto Tikabali.
Participaram do encontro Sajan George, presidente do “Global Council of Indian Christians”, que proferiu palavras de encorajamento aos fiéis.
Dom John Barwa, Arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar, em preparação para o Natal, enviou uma carta pastoral à diocese na qual exorta os fiéis a serem “arautos de uma mensagem de esperança”, apesar do sofrimento do passado e do presente.
O distrito de Kandhamal, que ocupa uma parte central da Arquidiocese, foi o epicentro da violência anti-cristã em 2008: mais de 100 cristãos foram mortos, seis mil casas queimadas em 400 aldeias, bem como 296 igrejas e pequenos locais de culto cristão. Cerca de 56 mil cristãos se tornaram “deslocados internos”, por volta de 30 mil vivem em campos de refugiados criados pelo Governo.
Mais de mil católicos foram advertidos ou ameaçados de serem queimados por seus vizinhos: poderão voltar para casa só se tornarem hinduístas.
O resto dos deslocados preferiu deixar, por medo, o distrito de Kandhamal: na verdade não tem nenhuma possibilidade de sobrevivência em Kandhamal, onde também são vítimas de um “veto” e discriminação no campo econômico e social. (L)
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