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Irmãs do Imaculado Coração de Maria realizam Seminário Estadual sobre tráfico de pessoas

Porto Alegre (Sexta-Feira, 11-11-2011, Gaudium Press) No último final de semana, o Rio Grande do Sul, em um evento inédito, debateu o problema do tráfico de pessoas durante seminário estadual, realizado em Porto Alegre. O evento, que teve como tema “Tráfico de seres humanos: um grito, um clamor, um crime” e como lema “Erradicar pela solidariedade na defesa e promoção da vida”, reuniu cerca de 150 participantes de várias regiões do estado.

O 1º Seminário Estadual sobre o Tráfico de Seres Humanos (TSH), promovido pela Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria (integrantes da Rede Um Grito Pela Vida), deu início às comemorações do primeiro aniversário de beatificação da bem-aventurada Bárbara Maix, fundadora da Congregação, que foi festejado no último dia 06 de novembro.

Durante a programação do seminário foram propostos momentos de mística, painéis, conferências e debates. O encontro ainda lançou um alerta aos participantes para as alarmantes estatísticas do tráfico de pessoas em todo mundo: 12,5 milhões de vítimas e um lucro de 3,6 bilhões  de dólares para a economia do crime organizado. No Brasil, estimativas do tráfico internacional revelam que há 75 mil brasileiras que são exploradas sexualmente na Europa.

Mensagem de abertura
Na mensagem de abertura do seminário, a diretora geral da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração, irmã Marlise Hendges, agradeceu a presença dos participantes, destacando que somente pessoas de sentimentos nobres e que são comprometidas com a vida se interessam e procuram discutir temas como o TSH para fazer florescer uma nova humanidade: “Temos consciência de que a pessoa é prioridade. Assim é que começa o Reino dos céus aqui na terra”, enfatizou.

A diretora explicou ainda que a Congregação não escolheu por acaso a linha missionária de contribuir para a erradicação do tráfico de pessoas. Segundo a irmã, essa ação tem sua origem nos primórdios da instituição, com a Bem-Aventurada Bárbara Maix, pessoa de profunda fé, dotada de grande espírito humanitário, preocupada com a realidade social e religiosa.

“Na última Assembleia Capitular da Congregação, assumimos manter-nos atentas à raiz fundacional e aos sujeitos emergentes, em fidelidade ao Projeto de Vida Religiosa Consagrada de Bárbara Maix e decidimos, entre outros aspectos, lutar pelos direitos humanos das crianças, adolescentes e mulheres, sobretudo, das vítimas do tráfico humano. Além disto, definimos investir na capacitação de irmãs para atuarem em prol da erradicação deste mal que vitima milhares de pessoas diariamente”, disse.

O seminário, considerado pioneiro no Estado, revelou um dado preocupante: No Rio Grande do Sul, as ações de combate ao TSH são insuficientes. Quase tão invisíveis quanto à prática criminosa do tráfico de pessoas. Ações isoladas de órgãos e departamento de Estado ou mesmo ONGs não produzem efeito significativo frente a organização das redes do crime.

Panorama geral sobre o Tráfico Humano
Uma das conferencistas do evento, irmã Eurides Alves de Oliveira, Socióloga, Conselheira Geral do Setor Pastoral e Ação Social ICM e Coordenadora da Rede Um Grito Pela Vida, pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB Nacional), apresentou um panorama geral sobre o Tráfico Humano: questões sociais, conceitos, finalidades e perfil das vítimas.

A socióloga sinalizou como dificuldades e desafios para o enfrentamento do TSH a clandestinidade do tráfico Humano, o silêncio social, a ausência de processos, a falta de capacitação e aplicação de políticas públicas e das leis de repressão: “A nossa tarefa é tecer redes para um combate eficaz”, destacou a Irmã.

Por fim, irmã Eurides afirmou que o Seminário estadual atingiu seus objetivos de sensibilizar e socializar informações sobre o Tráfico de Seres Humanos; capacitar multiplicadores, multiplicadoras para ações educativas de prevenção e também de conhecer e discutir a aplicação da política de enfrentamento em nível de Estado do Rio Grande do Sul e sua continuidade.

Todas as apresentações feitas no 1º Seminário Estadual serão disponibilizadas em um relatório, acrescido das sugestões e debates realizados nos dois dias do evento. O documento, fruto do encontro, estará disponível até o final do mês no site: www.icm-sec.org.br. A síntese do seminário também será levada para a Câmara Municipal e a Assembleia Legislativa, e ao Ministério Público do Rio Grande do Sul. (FB)

 

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