No banquete da vida, o que fazer? Diminuir os convivas ou aumentar as iguarias?
Por todos os cantos da Terra foi anunciado que o mundo está com 7 bilhões de habitantes. O nascimento do bebê que foi a causa dessa notícia espalhou-se celeremente, tornou-se um acontecimento e gerou comentários e declarações. Houve gente que se alarmou, gente que criticou e gente que se alegrou. Não houve indiferentes.
O que disse o Papa sobre o fato? Qual a opinião de Bento XVI sobre esse acontecimento?
O Papa não fez publicamente nenhuma declaração. E nem precisava fazer. Sua opinião, seus ensinamentos a propósito do tema já existem: são muito claros, muito objetivos e já fazem parte do Magistério da Igreja.
A questão do crescimento populacional em todas as suas conotações e consequências foi tratado por Bento XVI em documentos como a encíclica Caritas in Veritate onde ele aborda questões como o crescimento demográfico e o desenvolvimento e também de recursos que favoreçam a humanidade.
São pesamentos que valem para o momento especial em que vivemos e também para outras momentos históricos: eles são perenes.
Vejamos algumas das afirmações do Santo Padre. Bastam elas para sabermos interpretar a hora histórica e sabermos responder: devemos diminuir os convivas ou aumentar as iguarias do banquete?
O Papa diz, por exemplo, no ponto 28 da Caritas em Veritate: “Um dos aspectos mais evidentes do desenvolvimento atual é a importância do tema do respeito pela vida que não pode, de modo algum, ser separado das questões de desenvolvimento dos povos. Trata-se de um aspecto que, nos últimos tempos, está assumindo uma relevância sempre maior, obrigando a alargar os conceitos de pobreza e de subdesenvolvimento às questões ligadas ao acolhimento da vida, sobretudo, onde esta é de várias formas impedida”.
É também afirmação do Pontífice: “Considerar o aumento da população como causa primeira do subdesenvolvimento é incorreto, inclusive do ponto de vista econômico: basta pensar, de uma parte, na significativa diminuição da mortalidade infantil e no prolongamento da vida média que registram os países economicamente desenvolvidos, enquanto de outra parte, nos sinais da crise se mostram na queda da natalidade”.
No documento, Bento XVI escreve sobre o que ele considera como “fator contributivo a uma procriação responsável”. “A Igreja – destaca no texto – que tem no coração o verdadeiro desenvolvimento do homem, recomenda o pleno respeito pelos valores humanos, também no exercício da sexualidade”, ou seja, “não se pode reduzi-la a um mero fato hedonístico ou lúdico, assim como a educação sexual não pode ser restrita a instruções técnicas de proteção contra contágios e gravidez”.
Então, o que você tem a dizer sobre o nascimento desse filho de Deus que marcou a chegada do sétimo bilhão de homens sobre a Terra?
Vamos diminuir os convivas ou melhorar o banquete?
João Sérgio Guimarães
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