Para não cair no pessimismo basta encontrar a força na fé, afirmou o Papa na Calábria
Lamezia Terme (Domingo, 09-10-2011,Gaudium Press) “Não ceder nunca à tentação do pessimismo e de retroceder, mas fazer um apelo aos recursos de vossa fé e de vossa capacidade humana para dar um testemunho dos valores humanos e cristãos tão profundamente arraigados na fé e na história desta terra e sua gente”. Foram estas as palavras de apoio e alento do Papa Bento XVI para toda a Calábria, região do sul da Itália, uma das mais pobres e sofridas partes do país. Em sua 25ª visita pastoral na Itália, o Santo Padre foi a Lamezia Terme, cidade calabresa, na manhã de domingo, 9, para presidir a missa dominical. A visita do pontífice se realizou sob o lema bíblico “Levanta-te e anda”.
Calábria sofre de alta taxas de desemprego e de falta de perspectivas de futuro para os jovens, inclusive pelo alto nível de delinquência e violência e por causa da máfia. Por isto, tanto na saudação do prefeito de Lamezia Terme, Gianni Speranza, quanto no do bispo local, Dom Luigi Antoni Cantafora, houve fortes referências às dificuldades que enfrenta a região. Também o Papa, que veio para dar valor à gente, assegurou aos calabreses que foi a “compartilhar com vós as alegrias e esperanças, esforços e compromissos, ideais e aspirações desta comunidade diocesana”.
“Bela terra, mas também ferida, às vezes resignada, e, ao mesmo tempo, rica de história, de valores genuínos, de sentimentos religiosos e de juventude”. Com estas palavras Dom Cantafora apresentou ao Papa sua diocese. Antes o prefeito, havia feito um pronunciamento corajoso: “Basta com a máfia”. E havia manifestado sua emoção quando falou sobre o desemprego juvenil. “Calábria é uma terra de sofrimento e de extraordinária beleza, de enorme potencial e recursos, e de grandes talentos, mas, ao mesmo tempo, de desemprego inaceitável, de dramática injustiça e de violência”, declarou o Gianni Speranza.
O encontro com os fiéis na missa, em Lamezia Terme, possuía como principal finalidade dar esperança e apoio à população da Calábria. Em sua homilia, ao partir da parábola do Evangelho do dia, que falava de “um banquete de bodas”, o Santo Padre recordou que Deus quer “por fim a tristeza e a vergonha e dar felicidade e amor”, porque seu projeto é o de “eliminar a morte para sempre, enxugar as lágrimas de todos os rostos, e de terminar com a condição desgraçada de seu povo”. A única condição a que nos convida o Papa é o amor de Deus e do próximo através da caridade vivida cotidianamente.
“Eu sei que também em Lamezia Terme, como em toda a Calábria, há dificuldades, problemas e preocupações”, assegurou o Papa, observando que “esta bela região é uma terra sísmica não só do ponto de vista geológico, mas também do ponto de vista estrutural, comportamental e social; uma terra onde os problemas se apresentam em forma aguda e desestabilizadora, uma terra onde o desemprego é preocupante, onde a criminalidade é no mínimo brutal, fere o tecido social, uma terra onde se tem a sensação constante de estar em uma situação de emergência.
Recordando todas as dificuldades e debilidades, Bento XVI pediu aos presentes para não cederem “nunca à tentação do pessimismo”. Neste contexto, o pontífi e se dirigiu ao bispo de Lamezia Terme e aos fiéis com a solicitação de iniciar uma “trabalho pastoral, moderno e orgânico”, necessário para “fazer frente às novas realidades sócias e religiosas, distintas do passado, talvez mais cheias de dificuldades, mas também mais ricas em potencialidades”.
O Papa animou também os sacerdotes a continuar com a formação dos fiéis; de uma nova geração de homens e mulheres, especialmente, dos casais cristãos, para o matrimônio e para a família. Aos mesmo sacerdotes, o pontífice pediu que não cedessem a “uma certa mentalidade consumista e mundana”. E aos leigos, jovens e famílias pediu para que não tivessem “medo de viver e testemunhar a fé nos diversos ambientes da sociedade, nas múltiplas situações da existência humana”.
Na missa presidida pelo Santo Padre, celebra na Zona ex Sir, na periferia de Lamezia Terme, havia uma significativa presença de portadores de deficiência física: umas 600 pessoas em cadeiras de rodas . Com o intuito de auxiliar a todos, a Igreja e o governo local disponibilizou 1300 ambulatórios para deficientes acompanhados de 2 mil voluntários. Outro ato de caridade realizado durante a visita do Papa veio do próprio pontífice, já que ele ofereceu comida aos pobres nos refeitórios da Cáritas. “Com esta demostração de afeto e generosidade”, disse o bispo de Lamezia, “o Papa quis expressar a proximidade com nosso povo, especialmente às pessoas solitárias e necessitadas da cidade”. (AA).
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