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“Pretendo ser fiel ao que Deus espera de mim”, afirma o novo arcebispo de Florianópolis

Florianópolis (Segunda-feira, 10-10-2011, Gaudium Press) Após sete meses de espera, a Arquidiocese de Florianópolis, em Santa Catarina, ganhou um novo arcebispo: Dom Wilson Tadeu Jönck. O anúncio oficial da nomeação pelo Papa Bento XVI foi feito no dia 28 de setembro, e sua posse será realizada no dia 15 de novembro, às 9h30, no Ginásio do Colégio Catarinense.

Dom Wilson tem 60 anos, é natural de Vidal Ramos, oeste catarinense e desde maio de 2010 exercia seu ministério episcopal na Diocese de Tubarão. Desde a nomeação de Dom Murilo Krieger, para assumir a Arquidiocese de Salvador, em 12 de janeiro deste ano, era aguardada a nomeação do bispo que daria continuidade às suas atividades pastorais.

Em uma entrevista exclusiva para a Gaudium Press, Dom Wilson fala sobre sua alegria e surpresa com a nomeação, suas expectativas, planos e projetos relacionados a esse novo trabalho ministerial.

 

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“Espero estar sempre disponível a atender o povo”, afirma Dom Tadeu Jönck

Gaudium Press – Como o senhor recebeu a notícia da sua nomeação como novo arcebispo de Florianópolis?
Dom Wilson – Recebi com surpresa. Fazia pouco tempo que estava na Diocese de Tubarão. Vejo também que é uma demonstração de confiança dos meus superiores. Acolho esta nomeação como um serviço para a Igreja. Procurarei dar o melhor de mim para servir a Igreja da Arquidiocese de Florianópolis.

GP – Sente que há um desafio pela frente em assumir a Arquidiocese de Florianópolis e continuar o trabalho de Dom Murilo Krieger?
Dom Wilson – Assumir a Arquidiocese de Florianópolis representa, sem dúvida, um grande desafio. Pretendo, em primeiro lugar, observar e conhecer o que se realiza e como acontece a vida da arquidiocese. Entendo que há uma Igreja que já está caminhando. Quero caminhar com ela. Sei que para isso devo ouvir muito, devo aprender muitas coisas.

GP – A que o senhor atribui essa escolha do Papa Bento XVI?
Dom Wilson – A Nunciatura Apostólica, o órgão que representa a Santa Sé, é que administra o processo de nomeação dos bispos. Ela tem um modo de proceder. Primeiro faz um levantamento de nomes e, dentre estes, envia uma lista para o Santo Padre que nomeia o novo bispo. O que eu não sei é como o meu nome foi entrar nesta lista.

GP – Quais serão as suas prioridades episcopais na Arquidiocese de Florianópolis?
Dom Wilson – A Arquidiocese está em processo de elaboração do novo Plano de Pastoral. Estou ansioso por conhecê-lo. Cabe ao bispo, com as várias coordenações, fazer com que as metas aprovadas no Plano de Pastoral se tornem a vida da Igreja na Arquidiocese.

GP – O senhor tem algum projeto já elaborado que deseja colocar em prática nos próximos anos?
Dom Wilson – Não tenho nenhum projeto específico. As metas deverão sair do Plano de Pastoral. Há, no entanto, alguns temas que são recorrentes. Não se pode ficar satisfeito com a forma como é tratado o casamento e a vida em família. Uma preocupação permanente do bispo é a pastoral vocacional e a formação dos novos sacerdotes. Chama atenção também certo relativismo na prática religiosa. Gostaria que a catequese pudesse suscitar nos cristãos um entusiasmo pela prática da vida cristã. O fenômeno das drogas, da violência, da marginalização em nossa sociedade não pode deixar indiferente a nossa ação pastoral. A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que será realizada no Rio de Janeiro em 2013 dá a oportunidade de dinamizar o trabalho com os jovens.

GP – Já existe alguma programação ou alguma ideia de como será a passagem da Cruz da JMJ pela Arquidiocese de Florianópolis?
Dom Wilson – Ainda não está pronta a programação da passagem da Cruz da Jornada Mundial da Juventude. A passagem por Florianópolis deverá ser programada levando em consideração a passagem pelas outras dioceses. Este percurso ainda não está definido. Esperamos, contudo, que seja um momento marcante para os jovens e para toda Igreja da Arquidiocese.

GP – O que o senhor pensa sobre o tema da Nova Evangelização?
Dom Wilson – A Nova Evangelização é o tema do próximo Sínodo dos bispos em 2012. O Papa criou um organismo para cuidar da Nova Evangelização. Significa que o Papa está seriamente preocupado com o modo de evangelizar. Ele tem falado de várias formas de que é necessário inovar e encontrar modos novos de anunciar o Evangelho. Estaremos bem atentos a todo este movimento. Creio que haverá muita coisa que poderemos aprender e aplicar na nossa atividade apostólica.

GP – Para enfrentarmos os desafios da nossa fé é preciso saber viver com temor e tremor. Quais são os seus temores e tremores diante dessa nova missão?
Dom Wilson – A primeira coisa que apareceu foi a minha pequenez. Todas as fraquezas pessoais desfilaram diante de mim. Senti-me como os israelitas antes de entrarem na Terra Prometida. Parecia que lá habitavam gigantes. Sei das minhas fraquezas. Mas sei também que quem me chamou não me deixará sozinho. Sei que ser bispo é colocar-me como instrumento para que Deus realize a sua obra. Pretendo ser fiel ao que Deus espera de mim. O que eu posso oferecer a Deus não passa de alguns centavos, como a viúva do Evangelho. É tudo que posso oferecer a Deus.

GP – O que representa para o senhor ser o novo bispo da Arquidiocese de Florianópolis?
Dom Wilson – Ser bispo da Arquidiocese de Florianópolis representa que devo dar testemunho da minha fé e colocar-me a serviço dos fiéis que compõem esta Igreja. Espero estar sempre disponível a atender o povo, sobretudo, naquelas coisas que se referem ao relacionamento com Deus. (FB)

 

 

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