Região do Chifre da África sente necessidade de construir seu futuro, segundo Cardeal Sarah
Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 07-10-2011, Gaudium Press) Devido a seca que assolou o Chifre da África nos últimos meses, a situação e fome na região atingiu um nível dramático. Dados estimam que mais de 13 milhões de pessoas necessitem de ajuda direta na região. Por esta razão, foi realizada nesta sexta-feira, 7, no Vaticano, uma coletiva de imprensa, que apresentou um quadro geral da situação da região e as atitudes que estão sendo tomandas pela Santa Sé e por órgãos de assistência católicos no intuito de mitigar o sofrimento dessa população.
O evento contou com a participação do presidente do Pontifício Conselho “Cor Unum”, Cardeal Robert Sarah; do bispo de Dijibuti e adminsitrador apostólico “ad nutem sanctae Sedis” de Mogadíscio, Somália, Dom Giorgio Bertin; do secretário da mesma congregação Dom Giovanni Pietro Dal Toso; do secretário geral da “Caritas Internationalis”, Michel Roy; e do presidente da “Catholic Relief Services”, Kenneth F. Hackett.
Presidindo a coletiva de imprensa, Cardeal Sarah afirmou primeiramente que a região do Chifre da África não sente necessidade apenas de ajuda financeira, mas também de reconstruir o seu futuro, esperança que falta a toda população. Neste sentido, durante a conferência, o purpurado lançou um apelo para que se construa mais escolas, vislumbrando um futuro melhor para região. “Na África, como no resto do mundo, um elemento-chave para reunir uma comunidade de pessoas é a escola: onde há uma escola, onde há educação, há um futuro possível, haverá um trabalho amanhã, e se formarão famílias”, declarou.
O presidente do “Cor Unum” afirmou também que a situação na região é de dramática emergência humanitária. “A falta de infraestrutura sanitária, a falta de pessoal qualificado para lidar com situações de emergência, a instabilidade política, a corrupção, a pobreza endêmica do território, a falta de trabalho arriscam que milhões de pessoas deslocadas, que estão vagando em busca de sobrevivência, tornem-se os refugiados de amanhã, os imigrantes, sem pátria, pessoas sem um lar, um emprego, uma comunidade. Corre-se o risco de se perder uma geração inteira”, afirmou.
Cardeal Sarah também notou uma certa fraqueza na ajuda oferecida pela comunidade internacional, que, infelizmente, segundo ele, muitas vezes se detêm na busca dos interesses individuais das nações, em vez de responder aos problemas reais das populações afetadas. “Prevalecem os aspectos do egoísmo, mesmo na política internacional”, afirmou o purpurado.
“Devemos ser inspirados a realizar uma política que verdadeiramente se preocupa com o bem comum. Apenas a busca pelo bem comum permite que não existam vencedores e perdedores, perpetradores e vítimas, exploradores e famintos. Deve prevalecer uma visão do homem e da sociedade em que o valor econômico tenha sua importância reconhecida, mas que não seja a decisão final sobre o bem e o mal. Por exemplo, a situação na Somália se torna complicada pelo fato de que há 10 anos falta uma estrutura governamental do país. Isto também reclama a intervenção pela comunidade internacional “, concluiu.
A Igreja Católica está presente no Chifre da África com suporte financeiro do Papa através do Cor Unum, de organizações católicas internacionais, coleta internacional de fundos, dioceses locais, Caritas, Manos Unidas, Ordem de Malta, Jesuit Refugee Services, além de Ordens e Congregações religiosas. (AA).
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