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Menina no Paquistão é acusada de blasfêmia por cometer um erro gramatical

Abbottabad (Quarta-feira, 28-09-2011, Gaudium Press) Durante uma prova escolar, no Paquistão, uma menina cristã de 13 anos errou a pronúncia de uma palavra no idioma hurdu, que é falado no país. Em si, o fato de se cometer um erro gramatical não teria maior relevância. Acontece que o banal erro de semântica foi pretexto para a menina ser acusada de “blasfêmia”. O fato aconteceu na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do Paquistão, na aldeia de Havelian, que fica nas redondezas de Abbottabad. A notícia foi divulgada pela Agência Fides esta semana.

Para a “Masihi Foundation” – uma organização ligada com a defesa dos direitos humanos dos cristãos no Paquistão e que cuidou do caso recente de Asia Bibi – a história chega a parecer absurda: durante uma prova escolar aplicada pela professora muçulmana Fareeda Bibi, uma aluna de 13 anos, Faryal Bhatti, estudante do oitavo ano da Escola, pronunciou de modo errado a palavra “naat” que significa “uma poesia elogiosa” e que era dirigida a Maomé. Acontece que menina pronunciou o termo como “laanat”, que significa “maldição”.

“Trata-se de um erro comum entre os jovens, porque na forma escrita, os termos são bastante semelhantes”, explica a “Masihi Foundation”.

A professora convocou a direção da escola. O reitor Asif Siddiqui expulsou a jovem Faryal Bhatti e relatou o fato aos líderes religiosos islâmicos locais. Estes se apressaram a apresentar à polícia uma denúncia oficial por “blasfêmia” contra a menina e sua família. Em seguida, conforme relata a Agência Fides, foram organizados protestos contra os cristãos. A jovem estaria traumatizada e, devido ao medo de represálias, a família teve que se mudar de casa.

A organização de direitos humanos “Masihi Foudation” interveio no caso convocando a presença de dois estudiosos juristas islâmicos de Islamabad, Maulana Mehfooz Ali Khan e Hussain Ahmed Malik,. Os dois especialistas foram ao local, encontraram-se com a jovem, com a diretoria da escola e com a polícia, explicando a todos o evidente mal-entendido, ressaltando que a menina não tinha nenhuma intenção de cometer uma “blasfêmia”. A decisão, da escola e da polícia, no entanto, foi mantida. (JSG)

Com informações da Agência Fides.

 

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