Igreja Católica apoia investigação de crimes contra a humanidade na Coreia do Norte
Seul (Sexta-feira, 09-09-2011, Gaudium Press) Para a Igreja Católica da Coreia do Norte, uma investigação de crimes contra a humanidade no país “seria um gesto de caridade para as pessoas”, foi o que declarou o bispo de Cheju e Presidente da Conferência Episcopal da Coreia do Sul, Dom Peter Kang, que vê com entusiasmo uma iniciativa feita nesse sentido.
Segundo Dom Peter Kang, as Nações Unidas (ONU), com a sua autoridade, é o único órgão credenciado para fazer uma investigação deste tipo. “Seria a única chance e esperança de vida oferecida a todos aqueles que sofrem e morrem em campos de prisioneiros no Norte”, disse o prelado. Entre os cidadãos presos naquele país, existem muitas condenadas por razões de consciência religiosa.
“Estamos muito preocupados com as violações de direitos humanos e crimes contra o povo norte-coreano”, disse o bispo, “mas queremos manter canais abertos de diálogo e de ajuda humanitária para manter viva a esperança de renascimento da fé cristã no Norte”.
Essa atitude investigativa havia sido sugerida em pedido feito por mais de 40 organizações internacionais que trabalham no campo dos direitos humanos e da legalidade, reunidas recentemente em Tóquio com o objetivo de formar uma coalizão da sociedade civil e iniciar uma campanha nesse sentido, colocando pressão sobre a ONU.
A proposta foi apresentada em conferência com participação de grupos da Ásia, Europa, América Latina e América do Norte, incluindo a Amnistia Internacional, a “Federação Internacional para os Direitos Humanos” (FIDH), Human Rights Watch ( HRW), “Open North Korea”, “International Center for Transitional Justice” (ICTJ), e organizações de inspiração cristã como a “Christian Solidarity Worldwide” (CSW).
As organizações enfatizam em seu documento a existência de “campos de prisão e reeducação” difundidos na Coreia do Norte, onde, segundo algumas fontes, mais de 200 mil cidadãos de norte-coreanos são submetidos a tortura, tratamentos cruéis e desumanos, trabalhos forçados e fome.
No próximo dia 21, o arcebispo de Kwanju, também na Coreia do Sul, Iginus Kim Hee-jong, visitará a Coreia do Norte como chefe de uma delegação de membros da “Koeran Conference of Religions for Peace” (KCRP), da qual o arcebispo é presidente.
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