Comunidade católica teme as mudanças no Egito e na Síria
Cairo (Quinta-feira, 25-08-2011, Gaudium Press) Os conflitos no Egito estão gerando incertezas para a comunidade católica local, não apenas pelo fato de que a violência está tomando conta das ruas da capital, mas principalmente porque ainda não se sabe como será o relacionamento entre os cristãos católicos com os novos governantes.
Os cristãos temem as consequências das transformações políticas que conduziram à deposição do antigo presidente do Egito, Hosni Mubarak, e as que pretendem o fim do regime sírio encabeçado por Bashar al-Assad.
Padre Pierbattista Pizzaballa |
As revoluções foram vistas ao início com “grande esperança”, sobretudo no Egito, mas o curso dos acontecimentos desperta inquietações nas comunidades cristãs, minoritárias na região, referiu o responsável católico pela Custódia da Terra Santa, Padre Pierbattista Pizzaballa.
“No Egito há muito medo, muita incerteza, porque se viu que após uma fase de euforia, onde havia comunhão de objetivos, parece que as partes mais integralistas prevalecem em detrimento da minoria cristã, o que provoca um grande medo”, afirmou o sacerdote.
Pierbattista Pizzabala diz ainda que na Síria, onde os cristãos tiveram e ainda têm um tratamento de grande respeito, a ansiedade é semelhante porque a ideologia dos movimentos rebeldes preocupa as comunidades cristãs.
Numa região em que as experiências de entendimento entre cristãos e muçulmanos coabitam com “integralismo”, “divisões” e “perseguições”, o sacerdote franciscano assinala que “o testemunho da fé” é “a única coisa” que os cristãos podem fazer.
A transmissão do cristianismo “vai para além das línguas, das culturas, das religiões”, e se for “feita com honestidade e profunda convicção” chega a qualquer pessoa, acredita o Padre Pierbattista Pizzaballa.
O responsável é um dos oradores do 32.º Encontro para a Amizade entre os Povos que decorre até sábado na cidade italiana de Rimini.
A Custódia da Terra Santa é uma estrutura composta por religiosos franciscanos que preserva os espaços frequentados por Jesus Cristo, acolhe os peregrinos, organiza celebrações litúrgicas e promove atividades sociais nas comunidades cristãs locais.
Deixe seu comentário