Nova ordenação ilegítima na China traz “dor e preocupação”, afirma Padre Lombardi
Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 14-07-2011, Gaudium Press) Um acontecimento “que vem seguido e é visto com dor e preocupação”. Essa é a opinião do porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi, sobre a mais recente ordenação episcopal realizada na China sem a aprovação e o reconhecimento do Papa e da Santa Sé. A ordenação foi realizada hoje na cidade de Shantou e contou com a participação, mediante coação das forças policiais, de bispos fiéis ao Papa.
Segundo Lombardi, trata-se de um ato que produz lacerações e tensões na comunidade católica na China |
A Igreja Patriótica da China, que tem anuência do governo chinês e não reconhece a autoridade do Papa e não responde a Santa Sé, ordenou bispo, sem aprovação doe Bento XVI, o Padre Giuseppe Huang Bingzhang. Segundo Padre Lombardi, o fato é “contrário à união da Igreja universal”.
Com a ordenação do bispo de Shantou, na província de Guangdon, aumentou a “crise” entre a Igreja no país e a Santa Sé, que tem relações rompidas com a China desde 1951, quando o governo chinês condenou a influência do Vaticano no país. O Vaticano já havia criticado duramente a última ordenação “ilegítima”, apenas duas semanas atrás, com a ordenação do bispo de Leshan.
Na ocasião, a Santa Sé manifestou a dor e o amargor do Papa em uma Declaração publicada no dia 4 de julho, na qual recordava que um bispo ordenado “sem mandato pontifício e portanto ilegitimamente está privado da autoridade de governar a comunidade católica diocesana” e que portanto “a Santa Sé não o reconhece” como bispo da diocese confiada à sua responsabilidade.
A Declaração da Santa Sé também lembrava as graves sanções canônicas suscetíveis ao prelado ordenado ilegitimamente e aos bispos consagrantes – como a excomunhão “latae setentiae” – e afirmava que “uma ordenação episcopal sem mandato pontifício se opõe diretamente ao papel espiritual do Sumo Pontífice e danifica a unidade da Igreja”.
Trata-se de um ato que “produz lacerações e tensões na comunidade católica na China”, ao par que “a sobrevivência e o desenvolvimento da Igreja podem acontecer somente na união com aquele ao qual, em primeiro lugar, está confiada a própria Igreja, e não sem o seu consenso”.
“Se se quer que a Igreja na China seja católica – assertia a Declaração – devem-se respeitar a doutrina e a disciplina da Igreja”.
Com informações da Rádio Vaticana.
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