Bispos brasileiros debatem Teorias de Comunicação em segundo dia de seminário
Rio de Janeiro (Quinta-feira, 14-07-2011, Gaudium Press) Ontem, segundo dia de atividades do 1º Seminário de Comunicação para Bispos do Brasil (Secobb), o cerne das discussões dos prelados brasileiros foram as Teorias de Comunicação. Para debater o assunto, estiveram presentes no Centro de Formação Sumaré, no Rio de Janeiro, os professores Elson Faxina e Mauro Wilton de Souza, respectivamente da Universidade Federal do Paraná e da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).
Palestrou em primeiro lugar o professor da ECA/USP, que definiu a comunicação como “um processo de alteridade”, datado no tempo e na história. Neste sentido, salientou a necessidade de se levar em conta a sociedade em que pessoa está inserida quando se fala da técnica de comunicação.
No que se refere à época atual em que os meios de comunicação estão situados, o docente da USP declarou que o mundo está marcado por um intenso processo de mutação, caracterizado pela globalização e pela diversidade cultural. “Hoje, em qualquer lugar do mundo, muito das manifestações locais são globais. Somos interdependentes”, afirmou.
Para Dom Raymundo, mensagem da Igreja deve iluminar a vida do povo/ Foto: CNBB |
Ao professor da Universidade Federal do Paraná, Elson Faxina, coube o tratamento mais específico nas diversas teorias de comunicação existentes. Neste sentido, o professor dissertou sobre as teorias hipodérmicas, também conhecida como a teoria “dos efeitos limitados”; a funcionalista; e a teoria crítica, inaugurada por um grupo de filósofos da Escola de Frankfurt, na Alemanha.
À tarde aconteceram mais palestras, dessa vez sobre o tema “Cibercultura, redes sociais e crimes na internet”. Participaram da mesa de debates a delegada da Polícia Civil da Delegacia de Repressão aos crimes de informática do Rio de Janeiro, Helen Sardenberg, e o diretor do Secretariado Nacional das Comunicações do Patriarcado de Lisboa, Padre Antônio Rego.
A delegada traçou uma panorama dos crimes virtuais no estado e o sacerdote luso falou mais especificamente sobre o tema “Pessoa digital, transformações antropológicas”, destacando o tom humano que o Concílio Vaticano II pretendeu dar à comunicação.
Missa de Dom Damasceno
O 1º Secobb continuou hoje com uma missa presidida pelo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Aparecida (SP), Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis. Em sua homilia, o prelado comentou a passagem do Êxodo no Velho Testamento que narra o envio de Moisés para libertar o povo hebreu da escravidão no Egito. Fez isso para traçar um paralelo entre a mensagem enviada por Moisés ao povo escravizado e a mensagem atual da Igreja Católica.
“Enviado, Moisés leva uma mensagem que responde a uma necessidade concreta do povo e deve despertar em seu coração a paixão e a esperança de vida nova, que significa a libertação da opressão de que é vítima, prefiguração da libertação do pecado trazida por Cristo com sua morte e Ressurreição”, disse o cardeal. “Da mesma forma, a mensagem que anunciamos deve iluminar a vida do povo, responder às suas necessidades, anseios e esperanças, sempre fiel ao Evangelho”, completou.
Após a cerimônia presidida por Dom Raymundo, foam abertas as atividades do terceiro dia do Seminário. O editor da revista dos jesuítas de Roma, “La Civittá Cattolica”, Padre Antonio Spadaro, versou sobre o tema “Espiritualidade e elementos para uma teologia da comunicação em rede”; enquanto o bispo de Cuautitlán, no México, Dom Guillermo Ortiz Mondragón, falou sobre os desafios da evangelização da Missão Continental, “Aparecida: Missão Continental em chave de comunicação”.
A programação de hoje ainda terá conferências sobre os seguintes temas: “Articulação de processos e trabalhos em rede”; e “As novas linguagens midiáticas como ferramentas para a evangelização”.
Com informações da CNBB.
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