Deus chama o homem para responder à Sua palavra com liberdade, observa o Papa no Ângelus
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 11-07-2011, Gaudium Press) “Jesus se identifica com o semeador, que espalha a boa semente da Palavra de Deus e percebe seus vários efeitos, segundo o tipo de acolhimento ao anúncio”, ressaltou o Papa Bento XVI neste domingo, ao presidir a cerimônia do Ângelus pela primeira vez nesta temporada de sua residência apostólica em Castel Gandolfo, onde se encontra em “férias” desde a última quarta-feira.
Papa Bento XVI celebrou a primeira cerimônia do Ângelus em Castel Gandolfo |
Falando aos fiéis locais do pátio interno da residência apostólica, Bento XVI abordou em seu discurso prévio à recitação mariana a parábola do semeador. “Existe aquele que escuta superficialmente a Palavra, mas não a acolhe; aquele que a acolhe, mas não tem constância e perde tudo; aquele que é tomado pelas preocupações e seduções do mundo; e aquele que escuta de forma receptiva como a terra boa: aqui a Palavra dá fruto em abundância”.
Segundo o Santo Padre, as palavras evangélicas requerem a inteligência, mas também a liberdade do homem que as ouve. Para o Papa, a parábola do semeador é uma “autobiografia” de Jesus, quem “através da Palavra Divina nos revela sua divindade e nos chama a respondê-la com reflexão, decisão e coração”.
Bento XVI observou que Jesus falou em parábolas para estimular a reflexão e a interpretação do homem. “Aos discípulos, ou seja, aqueles que já optaram por Ele, Jesus pode falar do Reino de Deus abertamente; aos outros, deve anunciá-lo em parábolas, para incentivar a decisão, a conversão do coração. As parábolas, por sua natureza pedem um esforço de interpretação, interpelam a mente e a liberdade. No fundo, a verdadeira Parábola de Deus é Jesus, a sua Pessoa que através da humanidade, esconde e ao mesmo tempo revela a divindade. Deste modo Deus não nos obriga a crer Nele, mas nos atrai a Si com a verdade e a bondade de seu Filho encarnado: de fato, o amor respeita sempre a liberdade”, disse o Papa.
No primeiro Ângelus estivo do ano, as pessoas se apresentaram no pátio interno do palácio para aplaudir o Santo Padre com grande calor e ternura. Com a mesma alegria, o Papa respondeu que ali há possibilidade de um contato mais próximo do que em Roma.
Ao final da cerimônia, Bento XVI recordou a celebração do “Domingo do Mar”, isto é, a Jornada do Apostolado do Mar.
“Dirijo um particular pensamento aos Capelães e voluntários que se dedicam ao cuidado pastoral dos marítimos, pescadores e suas famílias. Asseguro a minha oração também para os marítimos que, infelizmente, encontram-se sequestrados por atos de pirataria. Desejo que sejam tratados com respeito e humanidade, e rezo pelos seus familiares, a fim de que sejam fortes na fé e não percam a esperança de reencontrar-se com seus queridos”.
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