Arcebispo emérito de Hong Kong protestará contra perseguição estatal à Igreja na China
Hong Kong (Terça-feira, 21-06-2011, Gaudium Press) No próximo dia 29 de junho, quando a Igreja no mundo celebra a solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo, os católicos de Hong Kong protestarão contra a perseguição do Estado à Igreja no país. “Da mesma forma que os santos Pedro e Paulo foram encarcerados e perseguidos por sua fé, (…) a população da China está sofrendo por sua fé”, afirma Lina Chian, secretário-executivo da Comissão Justiça e Paz da diocese de Hong Kong.
Na ocasião, o cardeal Joseph Zen Ze-kium, arcebispo emérito de Hong Kong, presidirá uma missa na cidade e enviará um protesto ao Escritório da China, pedindo a libertação do Padre Joseph Chen Hailong, de Xuanhua (Hebei), e de todos os bispos e sacerdotes detidos pelo governo chinês.
Na ocasião, cardeal Joseph presidirá uma missa na cidade e enviará um protesto ao Escritório da China |
Padre Joseph Hailong, de dois anos de ordenação, foi detido há quase dois meses por funcionários oficiais enquanto realizava seu trabalho pastoral na zona de Yangqing, nos arredores de Beijing. Não se sabe sobre seu paradeiro, mas teme-se que tenha sofrido torturas como ocorreu com o Padre Zhang Guangjun, da mesma diocese.
Padre Zhang ficou detido entre 10 de janeiro e 13 de abril passados, também por funcionários governamentais, e teria sido agredido com socos, paus e obrigado a permanecer acordado durante cinco dias até sofrer um colapso, encharcado com água fria em pleno inverno chinês.
O sacerdote sempre se opôs à intervenção do governo nos assuntos internos da Igreja, e sempre manteve sua fidelidade à Sede de Pedro. “Foi impossível para eles obrigarem-me a concelebrar com os sacerdotes da Igreja Patriótica (estatal) e registrarem-me, e os funcionários em insultaram, a mim, à Igreja e a Deus. Defendi-me e me torturaram de novo”, disse.
Em seus relatos que lembram os grandes feitos dos mártires cristãos, o sacerdote chinês narra que “nesses dias, apesar das dores físicas, rezei o rosário e a missa diariamente, em silêncio. Imaginei-me pregando para os meus paroquianos e isso me deu força”. Padre Zhang conserva em seu corpo feridas na cabeça e nas pernas, sinais, segundo ele, de sua tortura. Até hoje sofre dores-de-cabeça e vômitos.
Entre os bispos detidos pelo governo e desaparecidos estão, entre outros, Dom Su Zhimin, bispo de Baoding; Dom Cosmas Shi Enxiang, bispo de Yixian, e os padres Lu Genjun, vigário-geral de Baoding, e Wang Lifand, de Zhending.
Com informações da Asia News.
Deixe seu comentário