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Papa em San Marino: Bento XVI pede que sejam garantidas as leis civis em favor da vida e da família

San Marino (Segunda-feira, 20-06-2011, Gaudium Press) Depois de percorrer as pequenas ruas do centro histórico de San Marino no papamóvel, após a missa no Estádio de Serravalle, o Santo Padre chegou ao Palácio do Governo para encontrar os Capitães Regentes da República. No discurso proferido na Sala do Conselho Grande e Geral, diante dos Capitães Regentes e dos membros do governo e do Congresso samarinês, Bento XVI voltou ao tema dos valores cristãos na formação da sociedade, que são a garantia de uma laicidade saudável e de “uma sociedade atenta ao verdadeiro bem da pessoa humana, à sua dignidade e liberdade, e capaz de tutelar o direito de todo povo a viver na paz”.

A preservação dos valores cristãos na sociedade e as dificuldades que a República enfrenta foram os dois temas centrais do discurso no encontro com os chefes do estado samarinês, Maria Luisa Berti e Filippo Tamagnini. O Papa foi recebido pelos Capitães Regentes na Piazza della Libertà, na qual se encontra o antigo Palácio do Governo. As pessoas, alguns convidados especiais, irromperam em um grande aplauso ao pontífice. Para o momento as ruas do centro histórico em direção à Praça foram fechadas por motivos de segurança. Somente os moradores dos prédios ao lado do Palácio foram privilegiados com uma visão da Piazza.

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Papa percorreu as pequenas ruas do centro histórico de San Marino a bordo do papamóvel

Recebido com grandes honrarias pela Guarda Palatina de Honra, em uniformes característicos samarineses, o pontífice entrou no Palácio acompanhado por dois Capitães Regentes. Na Sala do Conselho Grande e Geral, onde são tomadas as mais importantes decisões para a vida social da República, Bento XVI pediu que se continuasse a preservar e valorizar o patrimônio da fé cristã.

“Os samarineses permaneceram sempre fiéis aos valores da fé cristã, ancorando firmemente a eles a própria convivência pacífica, segundo os critérios de democracia e de solidariedade. Ao longo dos séculos, seus pais, conscientes destas raízes cristãs, souberam fazer frutificar o grande patrimônio moral e cultural que haviam por sua vez recebido, dando vida a um povo trabalhador e livre”, disse o Papa, observando que também hoje a Igreja Católica quer estar presente com a própria contribuição dos valores fundamentais da convivência social.

“A Igreja, no respeito da legítima autonomia da qual o poder civil deve gozar, colabora com ele no serviço ao homem, na defesa de seus direitos fundamentais, daquelas instâncias éticas que estão inscritas na sua própria natureza. Por isto a Igreja se empenha para que as leis civis promovam e tutelem sempre a vida humana, da concepção até seu apagar-se natural. Além disso, pede para a família o devido reconhecimento e um apoio eficaz”.

Colocar em discussão o irrenunciável valor da família traz consigo consequências para os mais frágeis, principalmente para os jovens, afirmou Bento XVI. Por isso, o Santo Padre advertiu contra as situações de automarginalização e de escravidão das dependências as quais se arrisca uma sociedade sem valores fundamentais.

Bento XVI exortou ainda os samarineses a enfrentar as dificuldades que traz consigo a atual crise financeira com coragem e sentido de responsabilidade da própria consciência pessoal. Às autoridades, fez um apelo para “construírem a cidade terrena na devida autonomia e no respeito aos princípios humanos e espirituais”.As palavras do pontífice geraram, igualmente, um grande aplauso.

O pontífice deixou o Palácio do governo de novo acompanhado pelos Capitães Regentes. Em um carro preto, com teto aberto, fez um breve trajeto até a Basílica de San Marino, para o último momento de sua visita à República de San Marino. Na entrada, foi recebido com o Crucifixo.

Diante da presença de bispos e sacerdotes e membros do governo samarinês, Bento XVI rezou junto ao altar central e venerou as relíquias do santo diácono fundador, Marino. Ao final, uma das primeiras pessoas a saudar o Santo Padre foi o padre passionista Ciro Benedittini,  samarinês que há mais de 15 anos é vice-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.

A saída de Bento XVI da Basílica de San Marino aconteceu em um clima único pelas ruas do centro histórico. O Papa as atravessou em carro aberto, e de pé cumprimentava todos os moradores nas janelas dos edifícios.

Anna Artymiak.

 

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