A milhares de ciganos europeus, Bento XVI diz que a Igreja “é uma casa para todos”
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 13-06-2011, Gaudium Press) Mais de 1400 ciganos de toda a Europa se encontraram em Roma neste fim de semana na multitudinária peregrinação pelo 75° aniversário de martírio e 150° aniversário de nascimento do espanhol Zeferino Giménez Malla, primeiro cigano proclamado beato pela Igreja.
Crianças ciganas dançam para o Papa Bento XVI durante a audiência |
No sábado, parte do grupo foi recebida pelo pontífice na Sala Paulo VI do Vaticano, em uma audiência especial histórica – foi a primeira vez que um pontífice recebeu ciganos no Vaticano em uma audiência dedicada exclusivamente a eles. Em seu discurso, o Papa salientou que Igreja “é uma casa para todos vocês”,
Beto XVI lembrou aos presentes, pessoas de diferentes grupos étnicos, que o beato Zeferino foi um “testemunha autêntica da fé e da caridade”. Segundo Bento XVI, sua religiosidade foi nutrida pela oração, em particular pelo rosário, a Eucaristia e os sacramentos. “Foi uma pessoa que amava a Igreja, os seus pastores e o próximo. Em romani, um das línguas majoritárias dos ciganos, o Papa os encorajou a seguir o exemplo do Beato, e “a observar os mandamentos e amar o próximo”.
“Hoje, o Beato Zeferino nos convida a seguir seu exemplo e nos indica o caminho: a dedicação à oração, e em particular do Terço, o amor pela Eucaristia e pelos demais sacramentos, a observância dos mandamentos, a honestidade, a caridade e a generosidade para com os outros, especialmente para com os pobres. Isso vai tornar vocês fortes para enfrentarem os riscos que as seitas e outros grupos colocam em perigo a sua comunhão com a Igreja”.
Antes de seu discurso, o Santo Padre escutou quatro testemunhos de membros de diferentes etnias de ciganos: um jovem de um “campo nômade” na Itália, Carlo Mikie; uma mulher sobrevivente dos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau e Bergen-Belsen, Ceija Stojka, da Áustria; uma jovem mãe sinti italiana, Pamela Suffer; e una freira cigana eslovaca, Atanazia Holubova.
Cada um dos testemunhos traziam em si dores marcantes do passado, algumas das quais os ciganos ainda hoje enfrentam com, por exemplo, o crescimento da xenofobia em países europeus.
Em resposta a esses testemunhos, o Papa afirmou, de forma veemente: “A consciência europeia não pode esquecer tanta dor! Que nunca mais o seu povo seja objeto de opressão, de rejeição e de desprezo! Por sua vez, busquem sempre a justiça, a legalidade, a reconciliação e se esforcem para não ser causa de sofrimento aos outros!”.
“Ainda assim – ponderou o pontífice -, a Europa também reduz as fronteiras e considera riqueza a diversidade dos povos e das culturas, lhes oferece novas possibilidades. Convido-os, caros amigos, a escrever juntos uma nova página de história para o seu povo e para a Europa! A busca de habitações e de trabalho dignos e de instrução para os filhos são as bases nas quais construir a integração que será beneficio para vocês e para toda a sociedade”.
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