O homem, além de ‘homo sapiens’ é também ‘homo religiosus’, afirma o Papa na audiência geral
Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 11-05-2010, Gaudium Press) O sentido religioso do homem e a exigência da espiritualidade do homem moderno foram os temas da audiência geral de Bento XVI, hoje pela manhã na Praça de São Pedro. O Papa recordou aos 15 mil peregrinos presentes que “o homem é um ser religioso por natureza”. Hoje, para o encontro habitual semanal, estiveram presentes numerosos peregrinos especialmente do Brasil e de países latino-americanos.
“O homem religioso por sua natureza traz em si uma sede de infinito”, disse o Santo Padre |
O Papa deu continuidade ao seu novo ciclo de catequese, sobre a oração, iniciado na semana passada. “Nós vivemos em uma época na qual são evidentes os sinais do secularismo. Deus parece ter desaparecido do horizonte de várias pessoas ou parece ter se tornado uma realidade na qual se permanece indiferente. Vemos porém, ao mesmo tempo, muitos sinais que nos indicam um despertar do sentido religioso, uma redescoberta da importância de Deus para a vida do homem, uma exigência de espiritualidade, de superar uma visão puramente horizontal, material da vida humana”, afirmou.
Segundo Bento XVI, o homem é ‘homo religiosus’ da mesma forma que é ‘homo sapiens’ e ‘homo faber’. Analisando a história da humanidade, se vê que “não existiu nenhuma grande civilização, desde os tempos mais remotos até os nossos dias, que não tenha sido religiosa. O ‘homo religiosus’ não emerge somente nos séculos antigos das cavernas, mas atravessa toda a história da humanidade. Por isso, tanto o ‘homem digital’ quanto aquele das cavernas busca, na experiência religiosa, os caminhos para superar a sua limitação e para assegurar a sua precária aventura terrena”, refletiu o pontífice.
“O homem religioso por sua natureza traz em si uma sede de infinito, uma nostalgia de eternidade, uma busca de beleza, um desejo de amor, uma necessidade de luz e de verdade”, disse ainda Bento XVI. Porque “precisa abrir-se ao outro, a alguma coisa ou a alguém, que lhe possa doar aquilo que lhe falta, deve sair de si mesmo em direção a Aquele que seja capaz de preencher a amplidão e a profundidade de seu desejo”. E neste contexto, concluiu o Papa, emerge a necessidade da oração, que chama a um comportamento interior.
No fim da catequese, o Santo Padre convidou os fiéis a aprenderem a “reconhecer no silêncio, no íntimo de nós mesmos, a voz que nos chama e nos reconduz à profundidade da nossa existência, à nascente da salvação, para nos fazer ir além do limite da nossa vida e nos abrirmos à medida de Deus, à relação com Ele, que é Infinito Amor”.
Entre as 15 mil pessoas presentes esta manhã na Praça São Pedro havia uma numerosa representação do Brasil, formada por 337 peregrinos vindos somente de Caxias do Sul, Palmas e São Caetano. Outros grupos presentes eram de Schoenstatt, de Porto Alegre, de Criciúma, um grupo da Família Franciscana de Brasília e dois grupos das paróquias Nossa Senhora das Graças de Goiânia e de São Cristovão de Teresópolis. De outros países latino-americanos havia grandes grupos de peregrinos da Argentina, Colômbia, Panamá e México.
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