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Dom Antonio Vegliò diz na Austrália que é preciso abrir as portas a quem pede abrigo

Sydney (Terça-feira, 10-05-2011, Gaudium Press) O presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, está em visita pastoral à Austrália. Nesta terça-feira, o prelado presidiu uma missa na Catedral de Nossa Senhora, em Sidney, e defendeu que os países devem ser solidários e abrir as portas a quem pedem abrigo.

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“É preciso superar as barreiras do medo e dos preconceitos no acolhimento aos imigrados”, disse o prelado

“É preciso superar as barreiras do medo e dos preconceitos no acolhimento aos imigrados, abrindo-lhes a porta da integração. A Igreja promove, em todos os lugares, o “diálogo entre as culturas”, mesmo onde, mais que o diálogo, se verifica uma “mera coexistência tolerada””, disse o arcebispo em sua longa homilia, na qual apresentou todos os aspectos pastorais que abrangem a questão da imigração e do deslocamento das pessoas.

O prelado fez questão de destacar os aspectos multiétnicos da história da Austrália, mas ressaltou que “indiferença, egoísmo e mesquinhez” em relação a quem busca asilo em um novo local representam um perigo iminente.

“A outra pessoa não é um ser abstrato, mas uma pessoa real, à qual foi dado o princípio interior da liberdade” e que deseja o encontro com outras pessoas. No contexto da mobilidade humana, prosseguiu, “isso significa que a relação entre as pessoas tem um valor muito importante, porque o respeito, a promoção e a afirmação do sentido do outro” podem encontrar espaço numa “justa relação interpessoal”, declarou o presidente do Pontifício Conselho.

A partir das reflexões de um texto do Apocalipse, “Eis que estou à porta e bato”, o arcebispo refletiu sobre a intransigência por parte de alguns povos em aceitar quem é de fora, especialmente porque movidos, segundo ele, por medos e preconceitos:

“A soleira de casa indica o limite entre aquilo que é público e aquilo que é reservado à família que habita naquela casa, a sua vida íntima e privada. Uma soleira é uma soleira e não uma barreira”, observou, ponderando que o imigrado que “bate à porta” de um país estrangeiro espera que alguém a abra, para tentar obter, para si e a sua família, aquelas oportunidades que não teve em sua terra. “Aquela porta pode permanecer fechada, em defesa de costumes, tradições, mentalidade”, mas também de “preconceitos e medos”.

Apesar de a Austrália ser um país de imigrantes – principalmente ingleses, mas também asiáticos neozelandeses e italianos – 78% de sua população aprova a política rigorosa do governo com relação a imigrantes ilegais e a refugiados. O país recebe cerca de 10 mil refugiados por ano, oriundos principalmente do Oriente Médio e da África.

Com informações da Rádio Vaticana.

 

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