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Santo Padre cita água, saúde e a alcunha “sereníssima” como ícones de Veneza

Veneza (Segunda-feira, 09-05-2010, Gaudium Press) Após reunir-se com os participantes da 3ª Assembleia Eclesial do Patriarcado de Veneza, na Basílica de São Marcos, neste domingo, o Papa foi à Basílica da Saúde encontrar representantes da classe cultural, artística e econômica de Veneza. O encontro na Basílica foi a última etapa da visita pastoral de Bento XVI à Aquileia e Veneza.

Água, saúde e “Sereníssima” foram as três palavras lembradas pelo Papa Bento XVI em seu discurso como sendo ícones da cidade, características de Veneza.

“A água é um símbolo ambivalente: de vida, mas também de morte; sabem disso muito bem as populações atingidas por enchentes e maremotos”, observou o Papa. Isto coloca também a responsabilidade de “escolher entre uma cidade líquida, pátria de uma cultura que aparece cada vez mais como a cultura do relativo e do efêmero, e uma cidade que renova constantemente a sua beleza, bebendo das nascentes benéficas da arte, do saber, das relações entre os homens e entre os povos”.

A saúde, por sua vez, refletiu o Papa, “é uma realidade ‘onicompreensiva’, integral: vai do sentir-se bem, que nos permite viver serenamente uma jornada de estudo e de trabalho, ou de férias, até à ‘salus anima’, de que depende o nosso destino eterno. Deus interessa-se e cuida de tudo isto, sem nada excluir. Toma a seu cuidado a nossa saúde, no sentido pleno”. Esta nossa ‘salus anima’ está sempre na preocupação do Senhor Jesus, que nos “revelou que Deus ama a vida e quer livrá-la de toda negação, até aquela radical que é o mal espiritual, o pecado, raiz venenosa que polui tudo”. Por isto, para os cristãos “a saúde” é o próprio Jesus.

Veneza é denominada também de cidade “Sereníssima”. Sobre esta alcunha, Bento XVI observou que “a Sereníssima” “em sentido pleno é somente a Cidade celeste, a nova Jerusalém”, a qual na linguagem bíblica simboliza a meta final da vida terrena de todos os homens. O anúncio desta verdade no contexto de hoje, afirmou o Papa, chega “em um tempo no qual se esgotou a força das utopias ideológicas e não somente o otimismo foi obscurecido, mas também a esperança está em crise”. Por esta razão, ressaltou o Papa, o homem necessita da fé cristã, “que anima a esperança ao mesmo tempo grande e paciente, aberta para o futuro e atenta às situações históricas”, mas não de “um fácil otimismo”.

“Nesta mesma perspectiva, o nome ‘Sereníssima’ nos fala de uma civilização da paz, fundamentada no mútuo respeito, no recíproco conhecimento, nas relações de amizade”. O padroeiro da cidade de Veneza, São Marcos, nos chama para a responsabilidade de viver segundo o Evangelho, que “é a maior força de transformação do mundo, mas não é uma utopia, nem uma ideologia”, lembrou ao fim de seu discurso o Santo Padre.

 

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