Especial João Paulo II: As cerimônias de beatificação do novo beato
São Paulo (Domingo, 1º de maio de 2011, Gaudium Press) Seis anos após seu falecimento, o Papa João Paulo II se tornará beato. As celebrações começaram ontem, 30, com a vigília no Circo Máximo, e seguirão até a próxima segunda, 02, com a missa em ação de graças presidida pelo secretário de Estado, Cardeal Tarcísio Bertone, na Praça de São Pedro. Enquanto isso, hoje, dia 1º de maio, haverá a missa de beatificação presidida pelo Papa Bento XVI, em concelebração com cardeais, também na Praça São Pedro.
Vigília
No que diz respeito à vigília no Circo Máximo, ela foi dividida em duas partes. A primeira contou com testemunho do cardeal Stanislao Dziwisz, que por mais de quatro décadas foi secretário pessoal do pontífice; de Joaquín Navarro-Valls, porta-voz da Santa Sé no pontificado de João Paulo II; e de Marie Simon Pierre Normand, a freira francesa curada pela intercessão do Papa Wojtyla.
Na segunda parte da vigília foi entoado o canto “Totus Tuus” (Em latim, “Totalmente seu”), lema de João Paulo II; e depois a recitação dos mistérios luminosos do rosários, introduzidos pelo pontífice polonês em seu papado. Esta oração será feita em conjunto com cinco santuários marianos que foram visitados pelo pontífice durante seu papado: Lagniewniki, na Cracóvia (Polônia); Kawekamo-Bugando (Tanzânia); Notre Dame du Lebanon, em Harissa (Líbano); a Basílica de Santa Maria de Guadalupe, na Cidade do México, e por fim, o Santuário de Fátima, em Portugal.
Ao término do cerimonial da Vigília, começaram as “noites brancas” das igrejas romanas; percurso no qual os templos católicos deixam as portas abertas durante toda a noite, para que peregrinos possam fazer sua oração individual pelo pontífice. As igrejas que permaneceram abertas foram: S. Agnese in Agone, na Piazza Navona, em Roma; S. Marco, no Campidoglio; S. Anastasia; Santissimo Nome di Gesù, na Argentina; S. Maria in Vallicella; S. Giovanni dei Fiorentini; S. Andrea della Valle; S. Bartolomeo na ilha.
Missa de beatificação
Mas é hoje que acontece o grande momento dos três dias de cerimônias: a missa de beatificação, quando o pontífice finalmente será feito beato. A celebração terá início às 10 horas (horário de Roma) com uma oração da coroa da Divina Misericórdia, prece que será introduzida pela irmã Faustyna Kowalska, religiosa muito querida por Papa Wojtyla. A recitação terminará com uma invocação da misericórdia e o canto do “Jezu ufam Tobie” (em polonês, “Jesus confio em ti”).
Após a recitação, será iniciada a missa de beatificação com presidência do Papa Bento XVI. Celebrarão a missa junto com o Santo Padre apenas os cardeais e o arcebispo de Lviv, na Ucrânia, Dom Mieczyslaw Mokrzycki, que foi contemplado com este privilégio por ter sido o último segundo secretário de Karol Wojtyla e por ser o primeiro segundo secretário do Papa Bento XVI.
O número certo de purpurados que concelebrarão a missa junto ao Santo Padre não foi divulgado, mas sabe-se que, certamente, estarão presentes o cardeal Vallini, vigário geral do Papa e bispo da Diocese de Roma, e o cardeal Stanislaw Dziwisz, arcebispo de Cracóvia, na Polônia – segunda cidade do culto.
Terminada a missa, Bento XVI, primeiramente, e os purpurados presentes entrarão na Basílica de São Pedro para venerar o novo beato. Posteriormente, todos os fiéis que assim desejarem poderão se aproximar do caixão onde estará o corpo do pontífice para prestar novamente suas homenagens.
Durante a cerimônia, os fiéis terão também a oportunidade de venerar uma relíquia de João Paulo II: uma pequena ampola com amostras de seu sangue inserida em um relicário. O sangue, que será visto por milhares de peregrinos na Praça São Pedro, foi extraído do Papa Wojtyla nos últimos dias de sua doença e está em estado líquido devido à presença de uma substância anticoagulante que estava nas provetas no momento da retirada. A relíquia será transporta pela irmã Marie Simon Pierre.
O evento do dia 1º de maio contará ainda com a concessão do sacramento da comunhão a todos os presentes. Para que todos os fiéis sejam contemplados, uma equipe de 800 sacerdotes ficará a postos na Praça São Pedro, na Via della Conciliazione e arredores. Se mesmo assim alguns fiéis não conseguirem comungar, terão a oportunidade de fazê-lo durante missa que será celebrada logo em seguida.
Missa em ação de graças
A última etapa do cerimonial de beatificação acontecerá no dia 02 de maio, na Praça São Pedro, com a Missa em ação de graças. Nesta celebração, pela primeira vez será usado o missal com a oração do novo beato.
Estima-se que mais de 300 mil pessoas compareçam as cerimônias de beatificação do Papa João Paulo II.
Bruno D’Angelo
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