Na audiência geral desta semana, Papa fala sobre o terrorismo e dedica catequese a São Bonifácio
Cidade do Vaticano (Quarta, 10-03-2009, Gaudium Press) “Peço para que ninguém se deixe vencer pela horrenda tentação da violência”. O apelo do papa Bento XVI, feito durante a audiência geral desta quarta-feira, na Praça São Pedro, refere-se aos recentes ataques do grupo separatista IRA na Irlanda do Norte e foi acompanhado de uma “firme condenação” do terrorismo. Bento XVI pediu que se “multipliquem os esforços” para não deixar “apagar as tantas esperanças” acesas pelo processo de paz naquele país.
“Exprimo a mais forte condenação por estes execráveis atos de terrorismo, que, além de profanarem a vida humana, põem em sério perigo o processo político em curso na Irlanda do Norte e podem apagar as tantas esperanças suscitadas por essa crescente recondução à paz nos últimos anos, na região e no mundo inteiro. Peço ao Senhor para que ninguém se deixe vencer novamente pela horrenda tentação da violência; ao invés disso, cada um deve multiplicar os esforços para continuar a construir, por meio da paciência do diálogo, uma sociedade pacífica, justa e reconciliada”.
Além do assomo da violência, o papa abordou também, na parte litúrgica de sua exposição, a catequese de São Bonifácio, bispo que viveu no século VIII e, segundo ele, “apóstolo dos povos germânicos”. Desta forma, o Santo Padre deu prosseguimento ao quinto ciclo catequético de seu pontificado, dedicado aos grandes Escritores da Igreja do Oriente e do Ocidente da Idade Média.
“Ele (São Bonifácio) implantou nas populações germânicas um novo estilo de vida mais humano, graças ao qual eram melhor respeitados os direitos inalienáveis da pessoa (…) Comparando esta sua fé ardente, este zelo pelo Evangelho à nossa fé sempre morna e burocrata, vemos o que devemos fazer e como renovar a nossa fé, para dar como dom ao nosso tempo a pérola preciosa do Evangelho”.
São Bonifácio nasceu na Grã-Bretanha por volta do ano 675. Ainda muito jovem ingressou para o mosteiro, no qual se destacou por sua inteligência. Uma vez ordenado sacerdote, sentiu a chamada de Deus para ser missionário. Enviado à Frísia, atual Holanda, fracassou em sua primeira ação evangelizadora, por oposição do chefe local. Sem se desanimar, dirigiu-se a Roma, onde o Papa Gregório II lhe confiou a tarefa de evangelizar os povos germânicos, dando-lhe o nome de Bonifácio. Em pouco tempo, sua obra deu resultados extraordinários. Assim, o pontífice lhe conferiu a ordenação episcopal.
São Bonifácio construiu numerosos mosteiros, que se converteram em autênticos focos de cultura e espiritualidade. Em 754, pagãos o assassinaram na cidade holandesa de Dokkum, enquanto celebrava Missa.
Segundo Bento XVI, a trajetória de São Bonifácio é marcante porque, da sua vida e obras, “podemos ressaltar a centralidade da Palavra de Deus, a total comunhão com o papa e a promoção do encontro entre a cultura romano-cristã e a cultura germânica”.
Ao término da Audiência Geral, o papa saudou os fiéis que se encontravam na Praça de São Pedro em várias línguas, entre elas o português:
“Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha saudação afetuosa para todos os presentes, nomeadamente para as Irmãs Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo, com votos duma boa viagem de regresso às vossas terras e comunidades, que vos esperam transfigurados pela graça desta romagem penitencial aos túmulos dos Apóstolos. Também eu vo-lo desejo, pedindo ao Espírito divino que guie a vossa mente e os vossos passos pelas sendas dum encontro sempre novo e surpreendente com Jesus Cristo. Ele é a suspirada Bênção de Deus Pai para vós e toda a humanidade”.
Dom Orani
Ao se despedir dos fiéis, o papa cumprimentou pessoalmente alguns dos presentes, dentre os quais o recém-nomeado arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, presente em Roma para participar de um Congresso promovido pelo Pontifício Conselho das Comunicações Sociais.
Deixe seu comentário