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“Diante de Deus cada ser inteligente se posiciona”, afirma arcebispo de Porto Alegre

Porto Alegre (Quarta-Feira, 20-04-2011, Gaudium Press) Em seu mais recente artigo, com o título “O homem diante de Deus”, o arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, afirma que existem basicamente quatro modos de relacionamento com Deus: os que O desconhecem; os que O rejeitam; os que O usam para fins próprios; e, por fim, os que O amam.

Para o prelado, o ser humano vive como se vive o invisível e sendo mais filho da cultura que da natureza, vê o universo e a si mesmo através das ideias que recebe e elabora. “Cada um tem seu paradigma, através do qual vê a realidade. Por isso o agricultor vê a natureza de um modo; o turista de outro; o cientista de um modo e o poeta de outro; o crente de um modo e o ateu de outro”, salienta o arcebispo.

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Conforme Dom Dadeus, quem ama Deus O vê como um benfeitor, “o maior que possa haver”

No que diz respeito à relação com Deus, explica Dom Dadeus, cada ser inteligente se posiciona de modo a não haver necessidade de provar que Deus existe, e no caso de alguém persistir na Sua negação, basta mostrar o que Ele colocou em seu lugar. É nesse panorama que o arcebispo aponta e reflete sobre as formas de relacionar-se com Deus.

Na primeira categoria apresentada por Dom Dadeus, incluem-se todos aqueles que tentam marcar seu relacionamento com Deus pelo desconhecimento, mais especificamente, pela falta de interesse por sua eventual existência. “Consequentemente, essas pessoas não dispõem tempo para Ele. Simplesmente reconhecem que não o conhecem e nem se interessam em ouvir falar Dele ou de ler sobre Ele”, reforça.

A segunda categoria é daqueles que rejeitam Deus, combatendo a fé que eventualmente alguém diz ter Nele. Segundo o arcebispo, essas pessoas julgam Deus um empecilho para a liberdade e para o progresso. E para garantir essa liberdade, principalmente no plano moral, sentem-se impelidos a afastar sua ideia e toda a crença num Transcendente que, de algum modo, possa orientar e dar garantias à vida humana no plano religioso.

“Neste sentido, rejeitar a ideia de Deus constitui uma afirmação vigorosa Dele. É como quem mente: sabe que a verdade existe e a conhece, mas, por razões escusas, não quer que apareça. Por isso a combate e inventa mentiras, pelas quais se engana a si mesmo e os outros”, ressalta o prelado.

Conforme o arcebispo, em uma terceira categoria, enquadram-se os que pretendem usar a ideia de Deus para fins próprios, quer de lucros econômicos, quer de favores, quer para vencer e tripudiar sobre adversários. Para o arcebispo, essas pessoas se utilizam da religião para fins egoístas, mas com isso ficam vazios por dentro e não podem deixar de se sentir frustrados e de frustrar os outros, a médio ou longo prazo.

Por fim, Dom Dadeus afirma que a quarta categoria, “na qual nos queremos enquadrar e que esperamos abranger a maior parte da humanidade, é constituída por aqueles que amam a Deus sobre todas as coisas. Eles O veem como um benfeitor, o maior que possa haver, mas também o adoram como Pai”.

Conforme o arcebispo, essas pessoas se sentem amadas porque criadas e acolhidas com amor por Deus, e suas vidas estão envolvidas por Sua presença, “mais que o peixe pela água”.

“O peixe pode dizer para o lago que o ama porque tem nele sua subsistência. Mas o lago também pode garantir ao peixe seu amor simplesmente porque este se encontra nele. Por isso esta categoria pode exclamar, com o salmista, que, ainda que tudo lhe faltasse na vida, continuaria amando a Deus sobre todas as coisas, somente por amor”, conclui.

 

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