“Exercícios quaresmais propiciam conquistas que não se alcançam por outros caminhos”, afirma arcebispo de Belo Horizonte
Belo Horizonte (Sexta-feira, 08-04-2011, Gaudium Press) Em meio a um período de grande importância para a Igreja Católica e os fiéis de todo o mundo, o arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, dedicou seu artigo desta semana aos exercícios quaresmais, conjunto de atos que prepara o caminho para a celebração da Páscoa. “São riquezas de um caminho que constituem uma das páginas insubstituíveis na qualificação da vida de todos”, destaca, inicialmente.
Dom Walmor lembra que a prática da esmola, do jejum e da oração é essencial no caminho da Quaresma |
Conforme o prelado, exercícios como os quaresmais, que conquistam a saúde do corpo, são indispensáveis. Contudo, para o prelado, saúde não é apenas condição física, mas também interioridade. “A interioridade é a coluna mestra que a sustenta; uma coordenação articulada de energias e constituição de vínculo e ligações que abre a vida para a transcendência, para o infinito do amor de Deus”, afirma o prelado.
Segundo Dom Walmor, os exercícios quaresmais, à medida que são seguidos e vivenciados, propiciam conquistas que não se alcançam por outros caminhos. “Especial menção merece a busca da própria identidade e dos valores pessoais, pois ela alimenta a consistência indispensável enquanto constituição da fonte que sustenta o viver a cada dia e não permite perder o rumo da vida”, sentencia.
Para corroborar seus argumentos, o arcebispo de Belo Horizonte faz menção ao Sermão da Montanha, tal como relata o evangelista Mateus nos capítulos 5 e 7. Pois, nesta passagem, conforme Dom Walmor, Jesus ensina aos seus discípulos regras de ouro em vista de uma vida qualificada e vivida com gosto e proveito. Regras que dizem respeito à esmola, como signo do compromisso com a vida de todos.
Faz parte ainda das regras relatadas por Jesus, conforme Dom Walmor, o jejum. “Certamente parece obsoleta essa atitude, num tempo de tanta fartura, de desperdícios, contracenando com um mundo de pelo menos um bilhão de famintos”, disse. No entanto, “Jejuar é um exercício de correção de costumes e hábitos que nos levam a tratar o alimento com respeito, nos motiva a repartir nosso bocado com quem tem fome, superando a gula que despersonaliza e fomenta irracionalidades”, declara.
A prática da oração também é destacada pelo prelado como um hábito pertencente aos exercícios quaresmais, que enriquece a vida e qualifica a existência. Conforme Dom Walmor, a prece já foi considerada um hábito piegas. Contudo, “aberturas e interesses por milenares práticas meditativas são sinais de que a cultura ocidental precisa e pode revisitar os tesouros de sua herança cristã de modo a entendê-la, como no dizer de um autor do século IV: ‘a oração é a luz da alma'”, conclui.
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