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Vaticano anuncia detalhes da cerimônia de beatificação de João Paulo II

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 05-04-2011, Gaudium Press) “Uma gigantesca personalidade com fé forte e coerente que defendia a dignidade de todos os homens”. Assim foi apresentada esta manhã pelo cardeal vigário Agostino Vallini a figura do próximo beato da diocese de Roma, João Paulo II, na coletiva para a imprensa sobre a beatificação do Papa Wojtyla, na Sala de Imprensa vaticana.

O coração da beatificação se dará em três momentos: a vigília do dia 30 de abril, no Circo Máximo, a missa da beatificação do dia 1° de maio, na Praça São Pedro, presidida pelo Papa em concelebração com os cardeais, e a missa de ação de graças do dia 2 de maio, também na Praça São Pedro, presidida pelo cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone.

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Cardeal vigário Agostino Vallini foi o responsável pela apresentação dos detalhes sobre a beatificação

Todas as decisões sobre os diversos detalhes da cerimônia de beatificação ainda não foram tomadas, como as que dizem respeito às relíquias, a pessoa que as levará, etc. A impressão da imagem do novo beato para o pano que será colocado na fachada da Basílica vaticana ainda está em andamento. A imagem escolhida ainda é segredo. Provavelmente será a mesma que foi escolhida para o pôster da diocese de Roma, uma foto de João Paulo II feita pelo jornalista polonês Grzegorz Galazka no dia 8 de dezembro de 1989 na veneração de Nossa Senhora Imaculada na Praça de Espanha, em Roma. A revelação da imagem do novo beato será um dos momentos mais particulares e emocionantes da cerimônia de beatificação. A data da memória litúrgica será anunciada pelo Santo Padre durante a cerimônia.

A vigília terá um caráter mundial e romano, ressaltou o cardeal vigário. Na primeira parte, quem darão testemunhos serão o cardeal Stanislao Dziwisz, que por longos quase 40 anos foi secretário pessoal de Wojtyla; Joaquín Navarro-Valls, porta-voz da Santa Sé na época de João Paulo II, e Marie Simon Pierre Normand, freira francesa curada pela intercessão do futuro beato. A segunda parte da vigília terá início com o canto “Totus Tuus”, e serão recitados os mistérios luminosos do rosário, introduzidos pelo Papa polonês. A oração acontecerá em conexão com os cinco santuários marianos visitados pelo pontífice: Lagniewniki em Cracóvia (Polônia); Kawekamo – Bugando (Tanzânia); Notre Dame du Lebanon em Harissa (Líbano); a Basílica de Santa Maria de Guadalupe, na Cidade do México, e por fim, o Santário de Fátima,e m portugal. Cada santuário rezará para uma particular intenção: os jovens, a família, a evangelização, a esperança e a paz dos povos e a Igreja.

Depois da vigília, se abrirá o percurso das oito igrejas, as “noites brancas” das igrejas romanas que ficarão abertas durante toda a noite para a oração individual dos peregrinos. Será exposto o Santíssimo para adoração e será possível confessar-se. As oito igrejas são: S. Agnese in Agone, na Piazza Navona, em Roma; S. Marco, no Campidoglio; S. Anastasia; Santissimo Nome di Gesù, na Argentina; S. Maria in Vallicella; S. Giovanni dei Fiorentini; S. Andrea della Valle; S. Bartolomeo na ilha.

A missa da beatificação será precedida por uma oração da coroa da Divina Misericórdia, introduzida pela santa Irmã Faustyna Kowalska, muito querida por João Paulo II. A recitação terminará com uma invocação da misericórdia e o canto do “Jezu ufam Tobie” (em polonês, “Jesus confio em ti” ).

Pela segunda vez, depois das mudanças na praxe, Bento XVI presidirá a cerimônia da beatificação – a primeira vez aconteceu na Inglaterra, onde o Papa fez beato o cardeal John Henry Newman. Para concelebrar a missa com o pontífice estarão somente os cardeais. Quantos, ainda não se sabe, mas certamente entre eles estará o cardeal Agostino Vallini, pelo fato de ser bispo da postulação, e também o cardeal Stanislao Dziwisz, porque Cracóvia é a segunda cidade do culto.

O canto, seja na vigília, seja na missa, será animado pela Capela Musical Pontifícia, pelo Coro da Diocese de Roma e pela Orquestra do Conservatório de Santa Cecília. Na missa de ação de graças estará presente o Coro de Varsóvia (capital da Polônia) e a Orquestra Sinfônica de Wadowice, cidade natal de Karol Wojtyla.

A comunhão na Praça São Pedro e na Via della Conciliazione será distribuída por 500 sacerdotes, e na área em torno a São Pedro por outros 300. Para aqueles que não terão a possibilidade de recebê-la, logo depois acontecerá uma missa.

No dia 2 de maio, na missa de ação de graças, será usado pela primeira vez o missal com a oração ao novo beato. Os textos já foram apresentados e aprovados pela Congregação para o Culto Divino. Os textos originais são em latim e italiano, mas estão previstas as traduções em várias línguas. Pelo fato da universalidade do futuro beato pontífice, todos poderão usar os textos.

O acesso a todas as celebrações é livre e sem bilhetes. Especula-se muito sobre o número de peregrinos. O número real para os organizadores é 300 mil pessoas. Logo depois do anúncio da data os hotéis romanos elevaram muito os preços. A Obra Romana Peregrinações (ORP), encarregada do aspecto organizativo da chegada dos peregrinos fez um acordo com os diretores dos hotéis para não aumentarem muito os preços, e ainda há vagas. “Não tenham medo de convidar as pessoas a virem a Roma”, encorajou durante a Conferência Don Caesar Atuire, Administrador Delegado da ORP.

Para os peregrinos que virão de ônibus de turismo estão previstos estacionamentos. Para o dia 30 de abril, 1º e 2 de maio, a ORP propõe o “JPII Pass”, um bilhete especial que inclui o bilhete para o transporte público para facilitar a chegada das pessoas nos lugares das cerimônias, o lanche e visita aos lugares cristãos da Cidade Eterna presentes na oferta da ORP. A comida está prevista para os peregrinos depois da vigília e da missa de beatificação. Com a contribuição dos patrocinadores, a ORP oferecerá aos peregrinos água e alguma coisa para comer.

 

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