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Bento XVI visita Fossas Ardeatinas e rende homenagem a romanos mortos em massacre nazista da Segunda Guerra

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 28-03-2011, Gaudium Press) Na manhã deste domingo, antes de recitar o Ângelus na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI visitou o Sacrário das Fossas Ardeatinas. Ali, em 24 de março de 1944, 335 romanos perderam a vida em um massacre promovido pelos nazistas. O pontífice foi acompanhado pelo Cardeal Andrea Cordero Lanza di Montezemolo, filho de um dos mortos no massacre, o Cel. Giuseppe Cordero Lanza di Montezemolo.

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Papa Bento XVI rezou em silêncio diante dos túmulos, parando especialmente diante de três deles

Visitando o local “para rezar e renovar a memória”, o Santo Padre recordou que “onde quer que seja, em todo o continente, a qualquer povo que pertença, o homem é filho daquele Pai que está nos céus, é irmão de toda a humanidade”.

“Silêncio, oração e respeito. Com estas palavras pode-se definir a visita do pontífice às Fossas Ardeatinas, lugar de testemunho do cruel acontecimento de 1944. Os nazistas assassinaram 335 pessoas e depois, para cobrir o massacre, fizeram explodir bombas nas grutas ardeatinas”, lembrou o cardeal emérito Montezemolo, que com 19 anos na época perdeu o pai no morticínio.

Bento XVI começou a visita com uma longa saudação às pessoas presentes diante do sacrário. Em seguida, depositou uma coroa de flores diante da lápide.

O Papa foi então rezar em silêncio diante dos túmulos e depois parou especialmente diante de três deles: o primeiro, do pai do cardeal Montezemolo, o segundo de Don Pietro Papagallo e o terceiro do judeu Alberto Fumaro. Na saída do Sacrário, o pontífice assinou o Livro dos visitantes ilustres, escrevendo uma comovente frase em latim do salmo 23: “Non timebo quia Tu me cum est” (“Não terei medo porque estás comigo”).

Segundo o Papa, o massacre de 1944 foi “uma ofensa gravíssima a Deus, porque é a violência deliberada do homem sobre o homem”. Estas palavras são também um “extremo testemunho da verdade crua, que cobre de realeza o ânimo humano também no extremo aviltamento”.

“Deus é vida, paz, comunhão”, afirmou também Bento XVI, e citando um outro testemunho de uma vítima das Fossas Ardeatinas, recordou a paternidade de Deus: “há a garantia certa da esperança; a possibilidade de um futuro diverso, livre do ódio e da vingança, um futuro de liberdade e de fraternidade, para Roma, para a Itália, a Europa, o mundo”. Todos os homens são chamados a uma convivência no respeito e amor recíproco como irmãos.

Bento XVI é o terceiro pontífice a ir às Fossas Ardeatinas. O primeiro foi Paulo VI em 1965 e em seguida João Paulo II, em 1982. A visita do atual pontífice aconteceu a convite da “Associação Nacional das Famílias Italianas dos Mártires mortos pela liberdade da Pátria” (ANFIM), em comemoração aos 150 anos da unidade da Itália e dos 67 anos do massacre.

Na longa entrevista concedida pelo Cardeal Montezemolo ao jornal vaticano “L’Osservatore Romano”, o purpurado responde à pergunta sobre seus sentimentos e o perdão, dizendo que “a justiça deve fazer seu curso, é evidente. Humanamente, porém, é inútil continuar a perseguir quem se manchou de crimes tão graves. Para o cristão, o perdão é um ato de amor que não pede nada em troca”.

 

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