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“Jesus de Nazaré” é uma proposta do Papa para redescobrir Jesus, afirma bispo de Ratisbona

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 25-03-2011, Gaudium Press) “O Papa Bento XVI, em uma época de dúvidas crescentes, de incerteza sobre como transmitir a fé em uma Europa profundamente confusa acerca da própria identidade cristã, sem medida nem meta, sem proveniência nem futuro, em uma situação de crise geral da humanidade, como na Líbia, escreveu este livro para que os homens possam novamente orientar-se em direção a Jesus”, observou Dom Gerhard Ludwig Müller, bispo de Ratisbona, na Alemanha, nos “Diálogos na Catedral” na Basílica de São João de Latrão, dedicados ao último livro do Santo Padre.

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Basílica de São João de Latrão, local onde está sendo realizado os “Diálogos na Catedral”

O segundo volume de “Jesus de Nazaré” foi o tema do segundo dia do evento “Diálogos na Catedral”, promovido pela Diocese de Roma. Os convidados a intervir foram Dom Müller, bispo alemão cuja iniciativa iniciou com a publicação da obra omnia de Joseph Ratzinger, e Marcello Pera, professor de Filosofia e senador italiano.

Segundo o bispo alemão, o livro do Papa é uma importante contribuição para a época moderna para lembrar a pessoa de Jesus e sua atualidade para os nossos tempos. Na discussão na Basílica, repleta de silenciosos e pacientes ouvintes, estavam presentes também pessoas do círculo de relações do Santo Padre: seu secretário particular, Mons. Georg Gänswein, seu médico pessoal, Dr. Patrizio Polisca, e Irmã Cristina que acompanha sempre o irmão do Papa em suas viagens a Roma e a Castel Gandolfo.

Continuando seu discurso, Dom Müller reafirmou que “o fundamentalismo e o relativismo são os irmãos gêmeos do subjetivismo (a fé como opinião ou decisão arbitrária do sujeito), enquanto a profissão cristã é construída sobre a realidade, estabelecida pelo próprio Deus”.

“Ainda hoje Jesus é para muitas pessoas um modelo em sentido moral e humanitário, e tantos se identificam com ele. Mas essa identificação – advertiu o bispo – unilateral com um outro, não significa ainda amizade e amor. Pode tratar-se ainda de simples narcisismo, se eu me limito à instrumentalização do outro como modelo de mim mesmo. Para dizê-la em termos teológicos: Jesus para nós não é somente “exemplum”, é também “donum”. Ele se doa a mim como presença divina em meu coração e na minha existência e na inteira história da humanidade”.

Os dois discursos de mais de duas horas e meia foram ouvidos com grande silêncio e interesse. Quando nossa agência perguntou a Dom Müller o que é mais impressionante para um teólogo no livro do Papa, ele respondeu: “a enfatização do Cristianismo e do amor por Jesus”. “O Cristianismo – continuou o bispo – não é uma ideia, uma ideologia ou um programa político, sociológico, mas um encontro pessoal com Jesus Cristo vivo, ressuscitado e presente conosco, que é também mediador entre Deus e nós homens”.

Os belos pensamentos são também escritos com uma bela linguagem. Como diz Dom Müller, Bento XVI tem um “grande estilo”, o livro foi escrito em um “belo alemão de alto nível”. Além disso, “sua linguagem é humilde e fácil de ser lida para os simples crentes sem educação teológica. Mas também interessante pelos profundos interesses teológicos. Isto é quase um milagre do Papa que sabe falar ao mesmo tempo para as pessoas sem estudos teológicos e também para os teológos profissionais”, concluiu o bispo.

 

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