Celebrações em Florianópolis marcam a despedida de Dom Murilo Krieger
Florianópolis (Segunda-Feira, 21-03-2011, Gaudium Press) A arquidiocese de Florianópolis reuniu nos últimos dias 16 e 18 de março milhares de fiéis para as celebrações de despedida de Dom Murilo Krieger, que esteve à frente da arquidiocese por nove anos e que será transferido para a arquidiocese de Salvador. Sua nomeação para a arquidiocese de Salvador foi anunciada no dia 12 de janeiro desse ano e a posse acontecerá no próximo dia 25 de março, na Catedral Basílica, no Centro Histórico da capital baiana.
A primeira celebração de despedida, realizada na noite do dia 16 de março, no Centro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos, contou com a presença de mais de quatro mil fiéis. A cerimônia teve a participação de padres, diáconos e dos fiéis que foram para dar adeus a Dom Murilo e agradecer pelos seus nove anos de episcopado.
Na saudação inicial da Santa Missa, Dom Murilo falou que não iria sozinho para a Bahia, e que iria levar todas as suas experiências, tudo o que viveu e fez na arquidiocese catarinense. O prelado ainda ressaltou: “Espero que pelos meus atos, ações ou omissões não tenha prejudicado ninguém”. Durante a homilia, Dom Murilo lembrou, sem ser presunçoso, que se identifica com o profeta Jonas, que obedecendo a ordem recebida (Levanta-te… põe-te a caminho da grande cidade… anuncia-lhe a mensagem que vou te confiar) alcançou a conversão de todo o povo.
“Sentia-me bem aqui na arquidiocese de Florianópolis. Esta é a minha casa. Nem sempre consegui fazer o que deveria ou queria fazer. Tenho confiança de que Deus, em sua bondade e misericórdia, suprirá o que é fruto de minhas limitações”, declarou.
O arcebispo também referiu-se ao que viveu na arquidiocese durante seu episcopado: das alegrias, citou o 15º Congresso Eucarístico Nacional, realizado em maio de 2006, das tristezas, lembrou as enchentes de 2008. Falou também dos bispos, dos padres, dos diáconos, que ordenou e que conviveram junto com ele, e dos seminaristas. Ressaltou ainda sobre as conquistas e desafios que deixa na arquidiocese. “Deixo uma arquidiocese sumamente complexa, rica de iniciativas, de frentes de trabalho: ela será um grande desafio para o meu sucessor”, acrescentou Dom Murilo.
No final da celebração, 66 crianças, representando cada uma das paróquias da arquidiocese, adentraram o espaço trazendo rosas para o homenageado. A cada uma delas, Dom Murilo deu um beijo, um abraço e a sua benção. Na saída, atendeu zelosamente a todos os fiéis, permanecendo no local até que a última pessoa que desejasse cumprimentá-lo, receber a sua bênção ou apenas fotografar com ele, fosse atendida.
A segunda celebração de despedida, realizada no dia 18 de março, foi realizada na Catedral de Florianópolis e também contou com a participação de padres, diáconos, lideranças públicas federais, estaduais e municipais, além de inúmeros fiéis da comunidade. A celebração ainda marcou a Dedicação do novo Altar, a benção do ambão e da cadeira presidencial e a inauguração do Espaço Museal, que fazem parte do trabalho de restauração da Catedral, iniciado há cinco anos.
Durante a celebração, Dom Murilo lembrou que em 1985, quando tornou-se bispo auxiliar da arquidiocese de Florianópolis, adotou o lema episcopal: “Deus é amor”, pois estava convicto de que sua missão consistiria em anunciar a cada pessoa, a cada família, a cada comunidade que é da essência de Deus nos querer bem, nos perdoar e nos acolher. “Passados quase nove anos, vejo que o rosto de Deus-amor se manifestou a mim sob vários aspectos e através de muitos rostos”, afirmou.
O prelado ainda lembrou-se dos dois bispos auxiliares que acompanharam o seu episcopado, Dom Vito Schlickmann e Dom José Negri, dos padres, diáconos e seminaristas, e dos leigos. “Como agradecer a cada pessoa que reforçou em mim a convicção de que Deus é amor? Quando digo “cada pessoa” penso em autoridades constituídas e em comunicadores, em agricultores e operários, em donas de casa e executivas… Peço que seja Deus a recompensar-lhes por tudo”, acrescentou.
Das tantas homenagens feitas a Dom Murilo nesta cerimônia, destacam- a entrega de um quadro em agradecimento pelos seus nove anos de episcopado na capital catarinense e o recebimento da medalha Anita Garibaldi, concedida pelo Estado a pessoas que se destacaram em ações que trouxeram benefícios para a região. O arcebispo agradeceu as honrarias e disse que trazia em volta do pescoço o Pálio, que simboliza a estreita relação entre os arcebispos com o Papa.
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