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“A oração é o fruto mais maduro de nossa fé e amor por Deus”, diz historiador eclesiástico

Florianópolis (Quinta-Feira, 17-02-2011, Gaudium Press) “A oração representa para aqueles que creem o mesmo que o encontro para os amantes”. Essa foi a comparação usada pelo padre José Artulino Besen, historiador eclesiástico e professor do Instituto Teológico de Santa Catarina, para dar início ao seu artigo intitulado “A oração: atitude de quem ama”. Isto porque, afirma o padre, quem ama sente falta da pessoa amada, gosta de conversar com o amado e quer todo o tempo do mundo para seu amor.

Para o sacerdote, todos nós somos chamados a ter essa mesma relação com Deus, e essa intimidade se dará através da oração. “Orar é abrir a boca para louvar, agradecer, pedir perdão, trocar confidências, suplicar. É reforçar os laços de amor que nos unem a Deus. É atitude que vem do amor”, destaca. Ele ainda reforça que namorados que não se encontram por muito tempo, correm o risco de se verem trocados por outros amores. “O homem que não reza, acabará trocando, por outros amores ou coisas, seu amor por Deus”, compara.

Segundo o professor, muitas pessoas tomam como justificativa a falta de tempo para orar, mas tempo é uma questão de preferência: “onde está nosso tesouro, aí está nosso coração”. Outros não rezam por “estarem cansados demais”, mas como recorda o sacerdote, era exatamente no fim de um dia cansativo que Jesus se retirava para orar, para conversar com o Pai, pois “conversar com a pessoa amada traz descanso e paz”.

“A oração retempera as energias, pois o contato com Deus nos devolve a paz. Na intimidade com nosso Deus, nós o sentimos como Pai, somos perdoados, recebemos a capacidade de nos renovarmos. A oração é o melhor meio para nos analisarmos: nosso encontro com Deus faz com que entendamos mais profundamente nosso mistério pessoal”, ressalta o padre.

Alguém pode reclamar que fala sempre com Deus, mas não escuta a sua voz, e, no entanto, de acordo com o presbítero a resposta para essa questão é o silêncio. “Deus nos fala através de nossa consciência, de nossos gestos, de nossa história, de nosso silêncio interior”. Padre José ainda afirma que Deus não profere discursos, mas nos dá luz para enxergarmos melhor a realidade. Sua voz se revela nos nossos caminhos, sua voz se confunde com o nosso rosto e com o rosto das pessoas que estão diante de nós.

De acordo com o professor, somente a oração constante traz a oportunidade de perceber com clareza o que Deus quer de nós e de nossas vidas. E ele ainda alerta que “quanto menos vontade temos de rezar, mais estamos precisando da oração. E quanto mais orarmos, mais vontade teremos de orar, pois sentiremos o prazer da paz interior que a oração nos traz”.

Por fim, padre José destaca que algumas vezes a oração poderá nos trazer angústia, pois, através dela, Deus nos faz entrar em contato conosco mesmos, e aí percebemos como estamos distantes daquilo que pretendemos alcançar, como estamos longe daquilo que imaginamos ser.

“Não inicie nem encerre seu dia sem um diálogo com Deus. Você sempre terá alguma coisa para lhe contar, e muito mais para dele ouvir. A oração é o fruto mais maduro de nossa fé, de nosso amor por Deus”, conclui.

 

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