“A busca pela sabedoria é tarefa de todos, da qual ninguém pode eximir-se”, afirma o arcebispo de Belo Horizonte
Belo Horizonte (Sexta-feira, 10-12-2010, Gaudium Press) Em seu artigo desta semana, intitulado “Tudo tem seu tempo”, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Minas Gerais, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, discorre a respeito da importância de um tipo de sabedoria “que não pode ser esquecida sob pena de perder o verdadeiro sabor das coisas e dos sentidos adequados para existência, provocando os desvarios que têm configurado a sociedade contemporânea”. Versando sobre isso, o prelado pretende refletir sobre o verdadeiro significado do Natal.
O arcebispo alerta para o papel da família na missão de cultivar a sabedoria |
Neste sentido, o prelado lança mão da figura do ancião, personagem do mundo judaico, que se localiza, segundo ele, muito bem no horizonte cristão, e que tem por intuito instruir os mais jovens. Conforme Dom Walmor, a sabedoria que detém o ancião é a sabedoria adequada para afastar o homem do cotidiano atual, concretizado em violência, corrupção, imoralidade e indiferença com a dor dos outros. “Essa sabedoria capacita corações e inteligência para o discernimento adequado, de modo que as escolhas configurem condutas à altura da dignidade humana…”, disse.
De acordo com o arcebispo de Belo Horizonte, a busca pela sabedoria é tarefa de todos, da qual ninguém pode eximir-se. No entanto, reflete que o modo como se vive atualmente impede, por atos e escolhas, que essa sabedoria seja cultiva permanentemente, impossibilitando que a vida seja vivida dignamente de forma equilibrada desde a fecundação até a morte com o declínio natural. “A vida de todos está o tempo todo por um fio. É resultado da falta de sabedoria de que tudo tem seu tempo..”, declarou.
Referindo-se à figura do ancião, o prelado expressa que no livro de Eclesiastes, ele insiste em um tipo de saber que não pode ser substituído nem pela ciência e nem por estratégia. Um saber que afirma que há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu; um momento para nascer e para morrer, para chorar e para rir, para destruir e para construir. Segundo Dom Walmor, esse ensinamento indica um tipo de sabedoria que deve conduzir a vida humana. “Trata-se de um caminho longo na vivência do amor; na prática da justiça; na assimilação de valores, no exercitar-se no gosto de ser bom e de encantar-se com o outro”.
Segundo Dom Walmor, na época do Natal, devemos cultivar símbolos como o presépio |
Definido o tipo de sabedoria que deve guiar a vida dos homens, Dom Walmor alerta para o papel das instituições, sobretudo da família, na missão de cultivar essa sabedoria. “Se esse caminho não for percorrido, com urgência e perseverança, os desvarios da violência, das disputas, das agressões e da perda de sentido continuarão desfigurando instituições, culturas e modos de viver”. E quem sofrerá mais com isso serão os mais jovens, assegura o arcebispo.
Dessa forma, segundo o prelado, é preciso urgentemente “modular os corações e as culturas no horizonte dos valores que se revelam na pessoa de Jesus Cristo”. Dito isto, Dom Walmor propõe uma reflexão a respeito do Natal, ponderando que nesta época é preciso ter aquele tipo de sabedoria pregada pelo ancião, “para não se curvar diante de enfeites de Papai Noel e de outros símbolos comerciais que parecem ofuscar Jesus Cristo, o dom maior de Deus Pai para a salvação da humanidade”.
Para Dom Walmor, agora é o tempo propício para se cultivar símbolos como o presépio, “antiga tradição que modela os corações no bem e que a intuição sábia de São Francisco de Assis nos deixou como herança”. Neste sentido, com o objetivo de resgatar a inspiração do santo, o prelado encerra seu texto convidando todos a participarem no dia 12 de dezembro, data em que a capital mineira completa 113 anos, da inauguração do presépio da arquidiocese de Belo Horizonte.
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