Artigo: Feiras de Advento na Alemanha ajudam a criar ambiente psicológico de Natal

O período do Advento na Alemanha é marcado por uma série de eventos comemorativos. Embora a preparação à festa de Natal seja em si uma prática espiritual é justo que o homem, sendo feito também de uma parte de matéria, proporcione ao “irmão corpo” (como a ele se referia São Francisco de Assis) regalos que satisfaçam a este, e proporcione também à nossa alma uma legítima satisfação.

A este propósito, a agência de notícias Deutsche Welle 1 nos traz um saboroso relato sobre as feiras de Natal que se montam a partir do primeiro domingo de Advento.

Consta que estas feiras alemãs de Natal remontam ao século XV. Em seus primórdios, duravam no máximo dois dias e tinham poucas barracas próximas à igreja principal. Hoje, a tradição se espalhou por todo o país. Com a duração de quase um mês, as feiras já fazem parte da típica atmosfera natalina e de final de ano do Hemisfério Norte, com luzes coloridas, cheiro de amêndoas torradas e vinho quente.

A Christkindlesmarkt (feira do Menino Jesus) de Nurembergue é a feira natalina mais conhecida do mundo. Mencionada pela primeira vez em 1628, ela é aberta todos os anos alguns dias antes ao Advento e prossegue até a véspera de Natal.

Desde 1948, realiza-se uma cerimônia especial de abertura, com o “Menino Jesus” declamando um prólogo. A arquitetura medieval da cidade proporciona um toque ainda mais especial à atmosfera natalina.

São cerca de 180 barraquinhas de madeira, decoradas com tecido branco e vermelho, que oferecem não somente o que a cidade tem de tradicional – Lebkuchen (pão de mel), Früchtebrot (pão de frutas secas e especiarias) e a salsicha típica da cidade – como também artesanato da região.

– Por estar próxima à serra de Erzgebirge, Dresden é considerada a “cidade do Natal” por excelência. Nesta região são fabricados muitos adornos típicos desta época, principalmente em madeira.

Fundada em 1434, a Dresdner Striezelmarkt é a feira natalina mais antiga da Alemanha. Seu nome vem de Hefestriezel (bolo em forma de trança), que com o passar dos séculos virou o famoso Dresdner Christstollen, o bolo de Natal alemão. Típicos da cidade são ainda o Pflaumentoffel, um boneco feito com ameixas secas, e a maior pirâmide de Natal do mundo: uma estrutura giratória de madeira em forma de cone, que pode ter vários andares decorados com figuras natalinas.

– O enorme sucesso turístico das feiras natalinas de Colônia levou à criação de várias delas na própria cidade, todas já consagradas.

Além das tradicionais feiras junto à famosa catedral gótica, há ainda outras no centro histórico, e em praças centrais da cidade. São objeto de atrações especiais a Feira Natalina da Idade Média, junto ao Museu do Chocolate, e a Feira Flutuante, num barco sobre o Rio Reno.

– A feira de Natal de Leipzig remonta a 1767 e conquistou enorme popularidade nos últimos anos. Os visitantes elogiam especialmente as atrações oferecidas às crianças.

– A maior feira natalina do norte alemão, em Rostock possui centenas de barraquinhas, espalhadas ao longo de vários quilômetros, e oferecem não só produtos típicos da região, como também especialidades da Finlândia, da Suécia e dos países bálticos.

– Mais de 1,5 milhão de pessoas visitam a cada ano a feira de Natal de Aachen ao pé da catedral da cidade de Carlos Magno. São bastante apreciados o Reibekuchen (bolinho de batata ralada), as tradicionais bolachas Spekulatius e Aachener Printen, além das delícias de marzipã, produzidas na cidade e exportadas para todo o mundo.

– A feira de Natal da cidade de Stuttgart tem uma longa tradição: ela foi citada oficialmente pela primeira vez em 1692. Os produtos típicos, o clima festivo dos concertos de Advento no jardim do castelo Altes Schloss, as barraquinhas de madeira luxuosamente decoradas com figuras de anjos, ramos de pinheiros e bolas de Natal, e o “Mundo Infantil” atraem milhões de visitantes a cada ano.

Realmente é todo um mundo maravilhoso que se abre à apreciação das visitantes, que ajudam psicologicamente a se situarem no período de tempo adequado, que é a preparação espiritual, para a Natividade do Menino Deus.

Guy de Ridder

1 Despacho de 20.11.10 (rw)