Trilha no Rio Grande do Sul promove e valoriza a história e a fé dos Santos Mártires das Missões
Porto Alegre (Quinta-Feira, 25/11/2010, Gaudium Press) Para promover a fé nos Santos Mártires, valorizar e divulgar a história das missões no estado do Rio Grande do Sul é realizado todos os anos a Trilha dos Santos Mártires, que consiste em sete dias de peregrinação, vivenciando a história, desenvolvendo a espiritualidade e valorizando a ecologia local.
Três santos mártires que deram início à evangelização do índio guarani |
A trilha, que acontece sempre no mês de novembro, na semana que antecede a Romaria do Santuário Diocesano de Caaró, começa no local onde os padres jesuítas ingressaram nas terras gaúchas e deram início à evangelização do índio guarani, com a organização das reduções que foram os primeiros povoados da região.
Segundo a Associação dos Amigos da Trilha dos Santos Mártires da Missão, foi nessa região que nasceu a história do estado, foi na região missioneira que nasceu também a cultura gaúcha, como o chimarrão, herança legítima do guarani, a criação do gado, introduzida pelos jesuítas em 1634, e em consequência o churrasco, prato típico do gaúcho.
A trilha valoriza ainda o ambiente natural, uma vez que se constituiu de estrada de chão batido e, em alguns lugares, de trilhas no meio de áreas de matas. Em todas as paradas, além de se prestar uma homenagem aos Santos Mártires da Missão, Roque Gonzales, Afonso Rodrigues e João de Castilhos, os organizadores da trilha falam da ação evangelizadora dos jesuítas e de sua espiritualidade.
Na trilha são percorridos 170 km passando pelo Sítio Arqueológico na redução de São Nicolau, depois pela cidade de Pirapó, cruza o rio Ijuí e entra no município de Roque Gonzales, passa pela cruz onde foi abandonado o corpo do mártir João de Castilhos e chega ao Santuário do Ijuí. Dali segue para o Cerro do Inhacurutum, ponto mais alto da região das Missões; logo após os participantes visitam São Pedro do Butiá e o Centro Germânico Missioneiro, com sua estátua de 30 metros de altura de São Pedro. Ao atravessar o Rio Ijuí, a trilha chega ao município do Rolador, onde existiu a importante Redução Jesuítica de Nossa Senhora da Candelária do Caaçampamini, e de lá encerram o percurso no Santuário do Caaró, local do martírio do Padre Roque Gonzales.
Pontos importantes da trilha
Santuário do Caaró |
– Passo do Padre (junto à margem do rio Uruguai) lembra o local de ingresso dos jesuítas no Rio Grande do Sul, liderados por Roque Gonzalez de Santa Cruz em 1626. Ali foi levantada uma cruz em 2001 com a finalidade de identificar o local por onde ingressaram os jesuítas e sinalizar o início da Trilha dos Santos Mártires.
– Sítio arqueológico da Redução de São Nicolau do Piratini (São Nicolau), o primeiro povo de população permanente no Rio Grande do Sul e um dos poucos que mantém visível o testemunho da riqueza dos povos missioneiros.
– Município de Pirapó, cidade de colonização alemã, tem seu nome ligado à história das Missões, pois o Salto do Pirapó, no rio Ijuí, foi local importante para os guaranis antes da chegada dos europeus.
– Santuário de Assunção do Ijuí, redução fundada por Roque Gonzalez em agosto de 1628 e que ficou aos cuidados de João de Castilhos, martirizado no dia 17 de novembro do mesmo ano.
– Cerro do Inhacurutum, em sua cercania perto do Salto do Pirapó morava o cacique Nheçu, responsável ideológico pelo martírio dos três Santos Mártires das Missões.
– São Pedro do Butiá, no período das Missões por seu território passavam os guaranis que se deslocavam em busca dos distantes ervais. Na sede do município há pouco foi construído um dos mais belos monumentos do Rio Grande do Sul dedicado a São Pedro, localizado dentro do Parque Temático Germânico Missioneiro.
– Redução de Nossa Senhora da Candelária de Caaçampamini (Rolador), local que os três mártires das missões evangelizaram. Nessa redução, em fevereiro de 1628, um ano depois de sua fundação, foram realizados os primeiros batismos de adultos e crianças.
– Santuário do Caaró, local do assassinato dos padres Roque Gonzalez e Afonso Rodrigues, em 15 de novembro de 1628, e de um índio que recebeu seu batismo de sangue ao se pronunciar em defesa dos padres e hoje está recebendo a devida atenção da Igreja Católica e, poderá, brevemente ser mais um santo para a região.
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