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“A questão é verdadeiramente a humanização da sexualidade”, afirma arcebispo de São Paulo em coletiva

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Segundo o cardeal, desde que surgiu a epidemia da AIDS, a Igreja se destacou por uma ação concreta no combate à doença

São Paulo (Quinta-feira, 25-11-2010, Gaudium Press) O arcebispo de São Paulo, cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, concedeu na manha de ontem, 24, na Cúria Metropolitana, uma entrevista coletiva na qual discorreu, entre outros assuntos, a respeito da polêmica levantada por alguns setores envolvendo passagens do livro-entrevista do Papa Bento XVI publicadas no jornal L’Osservatore Romano, em que o pontífice faz declarações a respeito do uso de preservativos. Com informações da arquidiocese de São Paulo.

Na coletiva de ontem, a primeira logo após o arcebispo voltar de Roma, onde esteve em razão do Consistório para a criação dos 24 novos cardeais, Dom Odilo ratificou que não houve mudança da posição do Papa ou da Igreja em relação à questão do uso do preservativo. Segundo o prelado, Bento XVI não disse nada de novo, apenas retomou aquilo que por vezes estava esquecido em relação ao assunto. “O problema não é usar ou não o preservativo, mas a questão verdadeiramente é a humanização da sexualidade e a atitude correta em relação à sexualidade”, declarou.

Conforme Dom Odilo, na série de entrevistas concedidas ao jornalista Peter Seewald, as quais deram origem ao livro, Bento XVI fala do uso de preservativo em casos específicos como o de prostituição. Nessas situações, explica o prelado, o preservativo serviria para evitar que outras pessoas pudessem ser contaminadas por algum vírus que eventualmente elas teriam por levar uma vida prostituída e que isso seria “um primeiro passo de responsabilidade moral em relação a outras”. Contudo, diz o arcebispo, estas afirmações nem aprovam, nem aconselham o uso do preservativo.

Para ratificar que a posição do Papa e da Igreja sobre o uso do preservativo continua a mesma, o cardeal fez menção a um outro trecho do livro de entrevistas recém-lançado no qual o pontífice refere-se a uma visita que fez a África em 2009 e afirma que somente a doutrina tradicional da Igreja se revelou uma maneira segura de conter a difusão do vírus HIV no continente.

Foi feita também na coletiva, menção sobre outro trecho do livro do Santo Padre, no qual o pontífice afirma que em âmbito secular se desenvolveu uma maneira de combate a AIDS calcada na abstinência, na fidelidade e no preservativo. Conforme o cardeal, quando o Papa refere-se a estes três pilares que impediram o contágio da doença, o pontífice não diz que eles são parte da moral católica, mas pretende jogar luz para o fato de que até no mundo laico já não se fala simplesmente do uso do preservativo.

Por fim, Dom Odilo salientou que, desde o surgimento da epidemia da AIDS, a Igreja se destacou por uma ação concreta no combate à doença, convidando a todos para um comportamento sexual responsável e para a humanização da sexualidade. Conforme o arcebispo, colocar muito destaque no uso do preservativo é esquecer o que é muito mais grave.

 

 

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