Após entrar com indumentária tÃpica de peregrino, Papa preside cerimônia na Catedral de Compostela
Santiago de Compostela (Segunda-feira, 08-11-2010, Gaudium Press) O primeiro “compromisso” de Bento XVI em Santiago de Compostela foi uma visita, como peregrino, à Catedral local, onde se encontra a tumba do apóstolo Tiago. Ali, o pontífice celebrou uma cerimônia eucarística especial aos fiéis presentes, marcando sua passagem pela cidade em pleno Ano Santo Compostelano.
Um elemento característico da visita do Papa à Catedral foi a defumação, feita com o enorme “butafumeiro” |
Como todo peregrino que se dirige à tumba do Apóstolo Tiago, também Bento XVI começou por uma visita à Catedral de Compostela. Aos fiéis que se encontravam dentro e fora do templo, o pontífice lembrou que “sem aspiração à verdade, à justiça e à liberdade, o homem perderia a si mesmo”.
O Santo Padre seguiu a tradição compostelana e ingressou na Catedral pela Praça da Imaculada e através do Portão de Azabachería, vestindo uma capa de peregrino da Ordem dos Cavaleiros de Santiago (ornada com uma concha e uma cruz). A sua visita começou com uma breve oração pessoal diante da tumba de São Tiago. Em seguida, abraçou a imagem do apóstolo, um gesto de oração por todos os “filhos da Igreja”e também para simbolizar o abraço de Deus com toda a sua gente.
“Somos, de certa forma, abraçados por Deus, transformados pelo seu amor. A Igreja é este abraço de Deus no qual os homens aprendem também a abraçar os próprios irmãos, descobrindo neles a imagem e a semelhança divina, que constitui a verdade mais profunda do seu ser e origem da verdadeira liberdade”, disse o Papa, sempre em espanhol.
Outro elemento característica da visita à Catedral foi a defumação, feita com o enorme “butafumeiro”, acionado, como requer a tradição secular, enquanto se canta o hino do apóstolo São Tiago. Ele é movimentado por encarregados específicos, os “tiraboleiros”, que o içam a 22 metros de altura na cruz da nave central da Catedral. Com um sistema de cordas e roldanas, lhe imprimem um movimento pendular, até quase tocar o teto da nave, e a uma velocidade de cerca de 70 km/h.
O Papa, “em peregrinação à Casa do ‘Senhor Santiago'” observou na cerimônia que a peregrinação, para os cristãos, deveria significar “sair de nós mesmos para ir ao encontro de Deus”. O seu verdadeiro sentido não pode ser limitado ao visitar e ao “admirar os tesouros de natureza, arte e história”. O homem deve aspirar à “busca honesta da verdade” que condiciona uma autêntica liberdade.
“Entre a verdade e a liberdade há uma relação estreita e necessária. A busca honesta da verdade, a aspiração a essa, é a condição para uma autêntica liberdade. Não se pode viver uma sem a outra. A Igreja, que deseja servir com todas as suas forças a pessoa humana e a sua dignidade, está ao serviço de ambas, da verdade e da liberdade”.
Santiago de Compostela, após a Terra Santa e Roma, é a mais antiga meta da peregrinação cristã no mundo. O caminho à tumba de São Tiago é o mais longo percurso que desde a Idade Média peregrinos empreendem, através da França e Espanha, para chegar ao Santuário. Os caminhos franceses e espanhóis foram declarados Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
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