Papa afirma na missa de encerramento do Sínodo que a paz no Oriente Médio é possível, urgente e indispensável
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 25-10-2010, Gaudium Press) “A paz é possível, urgente, indispensável e também um remédio para a evitar o êxodo do Oriente Médio”, afirmou Bento XVI, na missa conclusiva do Sínodo dos Bispos sobre o Oriente Médio. Em sua homilia, o Papa afirmou aos padres sinodais que deseja a paz, a liberdade religiosa e também a unidade entre os cristãos no Oriente Médio.
A solene celebração eucarística na Basílica Vaticana foi concelebrada pelos 167 padres sinodais juntamente com outros 79 presbíteros participantes do Sínodo. Na ocasião, o Santo Padre anunciou a todos a nova evangelização como tema do próximo Sínodo dos Bispos.
Após duas semanas de 14 congregações gerais e seis sessões de círculos menores, na manhã de ontem concluiu-se o primeiro Sínodo dos Bispos sobre o Oriente Médio. O Papa falou sobre a “experiência extraordinária”, “ícone da primeira comunhão cristã” e “uma realidade experimentada” de partilha das alegrias, dores, preocupações e esperanças da região.
Bento XVI desafiou toda a Igreja Católica na sua diversidade das Igrejas Orientais “sui iuris” e da latina a uma “comunhão no interior”, à humildade e ao “reconhecimento dos limites, erros e omissões”. “Uma mais plena comunhão no interior da Igreja Católica favorece também o diálogo com outras Igrejas”, afirmou.
Bento XVI encorajou os cristãos a serem construtores de paz e apóstolos da reconciliação |
“Não tema, pequeno rebanho”. Com as palavras do Evangelho de São Lucas, o Santo Padre encorajou os cristãos a dar testemunha das suas vidas e a serem “construtores de paz e apóstolos de reconciliação”. Recordou ainda o indispensável papel de todos na promoção de uma “autêntica liberdade religiosa e de consciência”. O Papa pediu uma liberdade que possa garantir o “viver e o professar da própria fé” e que “poderia se tornar objeto de diálogo entre os cristãos e os muçulmanos”.
À comunidade internacional, o Papa pediu empenho na busca de soluções dos conflitos, guerras, violência e terrorismo. “A paz é possível. A paz é urgente. A paz é a conciliação indispensável para uma vida digna da pessoa humana e da sociedade. A paz é também o melhor remédio para evitar o êxodo do Oriente Médio”, apelou o Papa.
Durante o Sínodo recém-concluído “foi evocada a urgente necessidade de uma nova evangelização também para o Oriente Médio, que é um tema sobretudo nos Países de antiga cristianização”, observou o Papa. Para a resposta aos atuais desafios na missão evangelizadora da Igreja Católica no mundo secularizado, Bento XVI escolheu o tema “Nova evangelizatio ad christianam fidem tradendam” (“A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã”).
Na conclusão do Sínodo, Roma saudou a todos com um dia de sol. A Basílica Vaticana foi enriquecida com as cores dos paramentos orientais na missa final, na qual, assistiram o Santo Padre, diáconos gregos melquitas e armênios. No tradicional rito latino não faltaram também cantos orientais em armênio, árabe, grego e sírio.
A Assembleia pregou pelo acordo, a comunhão e uma nova fraternidade entre os cristãos, para a unidade de todos os pastores por uma resposta aos problemas éticos e sociais e para “abater os muros do preconceito e da inimizade”, sublinhou, ao final, Bento XVI.
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