Bento XVI destaca exemplo missionário de Anchieta aos bispos brasileiros dos Regionais Norte 1 e Noroeste

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 04-10-2010, Gaudium Press) Na manhã desta segunda-feira, o Papa Bento XVI recebeu em audiência no Vaticano todos os bispos brasileiros dos Regionais Norte 1 e Noroeste da CNBB que se encontram em visita “Ad Limina Apostolorum” em Roma. Os bispos já haviam sido recebidos em grupos menores ao longo da semana.

Em seu discurso aos prelados do norte do Amazonas e Roraima (Norte 1) e Acre, sul do Amazonas e Rondônia (Noroeste), o Papa, após agradecer as palavras do arcebispo de Porto Velho (RO), Dom Moacyr Grechi, enfocou a questão do missionarismo, especialmente entre as populações e os indígenas no Amazonas.

“É preciso despertar nos cristãos a consciência de discípulos e missionários, resgatando a dimensão missionária da Igreja ao convocar uma ‘Missão Continental’. A Igreja não trabalha para si: está ao serviço de Jesus Cristo; existe para fazer que a Boa Nova seja acessível para todas as pessoas”, enfatizou o Papa, dizendo que isso é uma “consequência natural da própria essência da Igreja, um serviço do ministério da união que Cristo quis operar no seu corpo crucificado”.

Beato José de Anchieta

O Papa disse então que seria um erro impor qualquer coisa à vontade e consciência das pessoas – seria uma afronta à liberdade religiosa – mas, citando o Papa Paulo VI, disse que os bispos podem propor a essa consciência a verdade evangélica e a salvação em Jesus Cristo, com absoluta clareza e com todo o respeito pelas opções livres.

O Papa pediu aos bispos que não se esquecessem das formas tradicionais da missão e pediu que fundassem-na na Eucaristia. “A Missão Continental deve ser realmente eficaz, esta deve partir da Eucaristia e conduzir para a Eucaristia”.

Bento XVI citou como exemplo missionário o José de Anchieta. “Ao pensar nos desafios que esta proposta de renovação missionária supõe para vós, Prelados brasileiros, vem-me a mente a figura do Beato José de Anchieta. Com efeito, a sua incansável e generosíssima atividade apostólica, não isenta de graves perigos, que fez com que a Palavra de Deus se propagasse tanto entre os índios quanto entre os portugueses – razão pela qual desde o momento de sua morte recebeu o epíteto de Apóstolo do Brasil – pode servir de modelo para ajudar as vossas Igrejas particulares a encontrar os caminhos para empreender a formação dos discípulos missionários no espírito da Conferência de Aparecida”, exortou o pontífice.