Entidade espanhola “Mãos Unidas” recebe Prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia
Madri (Quinta-feira, 23-09-2010, Gaudium Press) A organização católica não governamental “Mãos Unidas” foi laureada com o Prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia, por seu apoio generoso e devotado à luta contra a pobreza e em favor da educação para o desenvolvimento que realiza em mais de 60 países.
Em seus 50 anos de história, a “Mãos Unidas” financiou cerca de 25 mil projetos em países da África, Ásia e América |
O presidente do Principado de Astúrias, Vicente Álvarez Areces, que também é presidente do júri, leu a ata da premiação na qual se destaca a contribuição da organização católica nos últimos anos “em projetos específicos, cuja meta é combater a forme e reduzir a mortalidade materna no mundo”.
A organização “Mãos Unidas” chegou às últimas votações do júri junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e à dirigente da oposição democrática na Birmânia, Daw Ang San Suu Kyi, ganhadora do prêmio Nobel da Paz em 1991.
Mãos Unidas, que celebra este ano seu 50º aniversário, é uma organização de voluntários em âmbito diocesano; seus sócios e colaboradores entregam desinteressadamente seu tempo, seu saber, e seus bens em favor do projeto, com generosa gratuidade.
Esta característica é um timbre de glória que a “Mãos Unidas” mantém desde o princípio e algo que tem de se defender como próprio de uma organização da Igreja; salvaguardando sempre, em sua justa medida, a colaboração de pessoas técnicas contratadas, que ajudem a desenvolver as iniciativas da entidade com a maior eficácia possível.
A seguir veja a entrevista que a Gaudium Press fez com o secretário geral da “Mãos Unidas”, Rafael Serrano Castro.
Gaudium Press – Como a organização recebeu este importante prêmio?
Com uma grande emoção e agradecimento pelo reconhecimento à tarefa, que em nome da Igreja vem desenvolvendo tantas milhares de pessoas, membros, voluntários, sócio colaboradores da “Mãos Unidas”, que diariamente, e ano após ano, por fidelidade a Jesus Cristo e de maneira altruísta, comprometeu-se na luta contra a injustiça e no trabalho solidário com nossos irmãos mais pobres e necessitados nos países em desenvolvimento. Ainda mais, este prêmio é uma honraria que se identifica plenamente com nosso objetivos, já que se concede à pessoa ou às instituições cujo trabalho contribuiu de forma exemplar e relevante ao entendimento e à convivência em paz entre os homens, à luta contra a injustiça, a pobreza, a doença, a ignorância ou pela defesa da liberdade, que é definitivamente o que vem realizando as “Mãos Unidas” ao longo de seus 50 anos.
GP – As “Mãos Unidas” não desenvolve projetos próprios, mas financia os que oferecem garantias. Como isso funciona?
É um processo que tem muitas implicações, mas de maneira muito simplificada se pode sintetizá-lo da seguinte forma: nós recebemos os pedidos de ajuda de nossos sócios locais e após um estudo da viabilidade do projeto apresentado, entabulamos as relações necessárias para perfilar definitivamente o projeto que será mostrado à Comissão Permanente visando sua aprovação final. Depois se estabelecem relações de acompanhamento e assessoramento, até a finalização do projeto financiado. Mas para a “Mãos Unidas” o verdadeiramente importante não são os procedimentos técnicos, mas o trabalho conjunto realizado por nós, que possibilita uma cooperação entre iguais na qual todos intervêm, formando parte de um projeto global de transformação, não apenas em termos de crescimento econômico, mas também em termos de desenvolvimento humano.
GP – Quantos projetos vocês têm financiado e em quantos países?
Nos seus 50 anos de história, “Mãos Unidas” financiou cerca de 25 mil projetos, divididos pelos diferentes países em vias de desenvolvimento em que temos trabalhado. No ano de 2009, foram 692 projetos em 58 países da África, América e Ásia. Trata-se de projetos que se inserem nos setores básicos de cooperação: agrícolas, educativos, sanitários, de promoção social e de promoção da mulher.
GP – Qual é a maior alegria que tiveram ao longo dos 50 anos de existência da “Mãos Unidas”?
As alegrias são muitas e é difícil estabelecer claramente qual é a maior. Contudo, é importante destacar que ao longo de seus 50 anos, a “Mãos Unidas” segue mantendo, em todo nosso trabalho, o mesmo espírito cristão e as motivações profundas de fidelidade ao Evangelho. A fé em Jesus Cristo é o motor que impulsiona nosso trabalho de solidariedade e de caridade cristã, a favor de nossos irmãos mais pobres e necessitados dos países em desenvolvimento. E isso é o que queremos ressaltar com este prêmio, que a “Mãos Unidas” não é simplesmente uma agência de cooperação, mas uma organização cristã, que por fidelidade a Jesus Cristo quer seguir trabalhando em favor dos mais necessitados junto a nossos destinatários como um trabalho entre iguais, pois são eles os verdadeiros protagonistas de seus próprio desenvolvimento.
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