“Cristãos são chamados a serem autênticas testemunhas da paz e concórdia”, afirma o Santo Padre
Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 22-09-2010, Gaudium Press) “A obediência à vontade do Senhor Jesus, e a consideração dos grandes desafios que hoje se apresentam ao cristianismo, nos obrigam a nos empenharmos seriamente na causa do restabelecimento da plena comunhão entre as Igrejas”, o Papa apelou ao final da audiência geral, falando sobre a 12ª sessão plenária da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, que acontece desde segunda-feira em Vienna, na Áustria. A reunião é dedicada ao tema do papel do bispo de Roma na comunhão da Igreja no primeiro milênio.
Em seu apelo, o Papa desejou que os cristãos desenvolvam e consolidem a paz e a concórdia entre eles e sejam testemunhas autênticas no mundo. O tema do primado do bispo de Roma é uma das questões que divide os cristãos. Da sessão plenária de Ravenna de 2007, começou o diálogo sobre este tema entre católicos e ortodoxos.
L’Osservatore Romano publicou hoje entrevista com Dom Kurt Koch |
Por esta ocasião, o Osservatore Romano publicou hoje artigo sobre a história do diálogo teológico com os ortodoxos, e entrevista com o novo presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Kurt Koch.
Fruto da primeira plenária foi a publicação do documento “As consequências eclesiológicas e canônicas da natureza sacramental da Igreja: comunhão eclesial, conciliaridade e autoridade”, que trata da relação entre conciliaridade e autordade na Igreja nos três níveis – local, regional e universal – e também foi uma base para a elaboração de um projeto de trabalho. As reuniões em primeiro lugar se concentram no primeiro milênio, período quando os cristãos do Oriente e do Ocidfente ainda estavam unidos.
A atual sessão plenária examina os documentos sobre a função específica do bispo da “primeira sede” no decorrer do primeiro milênio. A comissão, que se concluirá no próximo dia 27 de setembro, é composta por dois representantes para cada uma das Igrejas ortodoxas autocéfalas e de um número correspondente de membros católicos. A dirige, por parte dos católicos, o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Koch, e da parte dos ortodoxos, o metropolita de Pergamo, Ioannis (Zizioulas), do Patriarcado ecumênico.
Para o arcebispo Koch, o evento “se trata de um nó crucial nas questões históricas e doutrinais entre o Oriente e o Ocidente”. “Havendo diferenças de interpretação acerca o testemunho e os fundamentos escriturísticos e teológicos, é muito interessante que as duas partes se esforcem em ler os textos de outra forma, através de um questionamento comum e uma hermenêutica partilhada. Somente assim se pode mudar a visão das coisas e retomar uma viagem frutífera em direção ao futuro”, disse o prelado ao jornal vaticano.
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