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Crianças e mulheres desabrigadas pelas chuvas na Ásia são vitimas de sequestro

Islamabad (Quarta-feira, 22-09-2010, Gaudium Press) Dados coletados pela órgão governamental do Paquistão “National Disaster Management Authority” (“Autoridade de Gerenciamento de Desastre Nacional”) e divulgados pela ONG, com sede em Karachi, Paquistão, “Roshni Missing Children Helpline” (“Roshni Linha de Ajuda a Crianças Desaparecidas”) reveleram fatos estarrecedores ocorridos em campos de desabrigados por causa das chuvas no país. Segundo as informações do órgão governamental, foram registrados 400 casos de crianças desaparecidas no último mês, vítimas de traficantes de pessoas.

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Jovens refugiados de um campo de desabrigados da chuva, no Paquistão

Munidas dessas informações, a ONG paquistanesa visitou diversos campos de desabrigados e fez uma pesquisa específica sobre o tráfico de crianças. Verificando diversas regiões do Paquistão, os representantes da organização confirmaram 23 casos de crianças e jovens desaparecidos entre os 05 e 17 anos. Contudo, há um problema: mesmo com estes indícios, as ONGs que tratam desses assuntos no país denunciam que o governo e as agências internacionais da ONU não querem considerar com seriedade este fenômeno. Apenas as ONGs locais se preocuparam por receberem apelos desesperados das famílias.

De acordo com informações disponibilizadas à Agência Fides por ativistas dos direitos humanos, justamente pela falta de interesse das autoridades é que há falta de dados oficiais sobre os casos, sendo impossível quantificá-los com precisão. No entanto, as ONGs locais se organizam para coletar informações e sabem que o destino das jovens sequestradas normalmente é a prostituição e das crianças é a mendicância.

O diretor para o Paquistão da ONG “Plan International”, Haider Yaqub, declarou à Agência Fides que está ciente da existência de traficantes, que após catástrofes como o tsunami ou terremoto na Caxemira, aproveitam-se da situação de miséria e buscam obter vantagens. “Atualmente, atuamos em três distritos de Sindh e três no sul do Punjab, e não identificamos casos graves de sequestros de crianças, mas somente casos de crianças desaparecidas, que tentamos restituí-las ao núcleo familiar. Mas tememos que o fenômeno esteja crescendo”, declarou.

Preocupada com a possível omissão das autoridades paquistanesas, a Asian Human Rights Comission (Comissão Asiática de Direitos Humanos)- uma articulação de ONGS de todo o continente asiático – enviou uma nota à Fides na qual exorta as autoridades a tomarem atitudes de combate ao tráfico de crianças e adolescentes. Segundo a organização, no desastre das enchentes, faltou programação, coordenação e medidas concretas para evitar casos como estes.

 

 

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