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Papa recebe novo embaixador da Alemanha junto à Santa Sé para apresentação das credenciais

Castel Gandolfo (Segunda-feira, 13-09-2010, Gaudium Press) “A Igreja dirá sempre ‘não’ à legislação que pretende revalidar novosmodelos sociais, à biotecnologia que está contra o homem, sua vida e dignidade e também ao poder da mídia de massa não verificado”. Estas foram as principais considerações feitas pelo Papa Bento XVI ao novo embaixador da Alemanha junto à Santa Sé, Walter Jürgen Schmid, em cerimônia de apresentação das cartas credenciais do embaixador em Castel Gandolfo.

Bento XVI, que pessoalmente viveu o drama do nazismo na sua terra natal Alemanha, iniciou seu discurso recordando os alemãos que foram mártires deste regime e que serão beatificados em breve: Gerhard Hirschfelder, no próximo dia 19 de setembro, em Munique; e Eduard Müller, no próximo ano, em Würzburg. O testemunho das suas vidas é “claro e exemplar” por “dar a própria vida pela fé”, mas também pela “liberdade de expressão, pela paz e pela dignidade humana”, disse o Papa.

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Novo embaixador da Alemanha junto à Santa Sé, Walter Jürgen Schmid

O Santo Padre sublinhou que atualmente, ainda que “vivamos em uma sociedade livre e democrática”, paradoxalmente se enfrenta “uma forte atração à religião”. Ele comentou que “no lugar do Deus pessoal do cristianismo, que se revela na Bíblia, entra um ser supremo, misterioso e indeterminado”. Falando sobre injustiça e legislação no interior da sociedade, Bento XVI observou ao embaixador de sua terra natal que o conceito de “um Deus que não conhece, não ouve e não fala”, mistura o bem com o mal, causando a perda de força espiritual e moral. Somente um conceito de Deus que é uma Pessoa “consegue que uma ordem de valor seja legitimada”, afirma.

“A Igreja vê com preocupação, a crescente tentativa de eliminar o conceito cristão de matrimônio e família da consciência da sociedade”, continuou o Papa. “A responsabilidade por isto depende ainda de desenvolvimentos sociais. Por isso há necessidade de uma certa maturidade da pessoa e de uma ‘cultura da pessoa’, porque o bom êxito dos casamentos depende de todos nós e da cultura pessoal de cada cidadão”. Em seguida, Bento XVI ratificou, de forma veemente: “a Igreja não pode endossar iniciativas legislativas que implicam em uma revalidação de modelos alternativos da vida de casal e da família”, que em seu fundamento são contra o direito natural.

O segundo tema enfocado pelo pontífice foi a bioética. O estudo e o desenvolvimento da medicina e também a bioética, para o pontífice, são um dever em serviço à humanidade, mas que deve ser feito de modo “vigilante”, sem manipulações e violações. “Quando uma vez se começa a distinguir – e frequentemente isso acontece no seio materno – entre vida digna e indgina de viver, não será poupada nenhuma outra fase da vida, menos ainda a velhice e a enfermidade”, declara o Papa.

O terceiro elemento de uma sociedade humana apotado pelo pontífice ao embaixador é a “fidelidade à verdade”. O pontífice referia-se à mídia, e advertiu contra a “veracidade do relato”. Bento XVI afirmou se preocupar com uma mídia cada vez mais orientada a “fazer notícia” ainda que “em detrimento da veracidade da história”.

“A coisa se torna particularmente problemática quando personagens de autoridade tomam publicamente posições referentes, sem estar em grau de verificar todos os aspectos de modo adequado”, completou o Pontífice. 

 

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