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Irmãs Carmelitas celebram bodas de reclusão em mosteiro no sul do país

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A data foi marcada por cânticos, preces e visitas de parentes

Rio Grande (Sexta-Feira, 10-09-2010, Gaudium Press) Na última quarta-feira, 08 de setembro, em Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul, o Mosteiro São José deixou um pouco de lado sua rígida rotina para celebrar as bodas de ouro e de prata das irmãs Rosa de Santa Teresinha e Maria Teresa de Jesus, respectivamente. Aos 71 anos, a gaúcha Rosa de Santa Teresinha completou 50 anos de reclusão, e aos 45 anos, a paranaense Maria Teresa de Jesus fechou 25 anos de clausura. A data foi marcada por cânticos, preces e visitas de parentes, sinônimos de festa em um ambiente de silêncio e orações.

Diferente das outras manhãs, no dia da comemoração das bodas, as irmãs foram buscadas pelas colegas de clausura em suas celas individuais. Após a primeira das sete orações do dia, às 5h50, as irmãs ganharam presentes das outras 13 colegas, e às 7h30, a dupla renovou os votos religiosos em uma missa. A celebração, presidida pelo bispo diocesano Dom José Mário Stroeher e concelebrada por mais oito sacerdotes, contou com a presença de familiares, amigos e benfeitores do mosteiro. À noite, na hora da recreação, as noviças fizeram coreografias e teatro para homenagear e ressaltar a vocação das irmãs.

No dia da comemoração, Gaudium Press ouviu a irmã Maria Teresa de Jesus que deu detalhes sobre sua preparação para data tão importante, além de relatar a experiência adquirida após tantos anos de vivência no mosteiro.

Cheia de entusiasmo e alegria pela comemoração de seus 25 anos de clausura, a monja conta que se preparou para esse momento com oito dias de retiro espiritual, orientados pelo Capelão das carmelitas, Frei Ari José, pela madre priori e demais irmãs. Fazendo uma avaliação de sua caminhada, a carmelita relembra o início de sua vocação, quando aos 18 anos, sentindo fortemente o desejo de ser religiosa, decidiu deixar tudo e ingressar no Carmelo. “Escolhi um mosteiro por ser uma vida doada à oração e imolação pela salvação das almas. E todos esses anos aqui dentro me realizam como toda a profissão deve realizar uma pessoa”, completa.

Em relação a sua rotina, a monja explica que se divide entre trabalhos específicos, como cuidar de algumas alas do Mosteiro, oração e o ofício de sacristã. Ela esclarece ainda que as saídas são raras, ou para votar, ou em casos médicos. No mais, passam cerca de nove horas em oração, com duas horas de recreação e trabalhos manuais ao longo do dia. “Nosso objetivo de vida é rezar pelas intenções da Santa Igreja, ou seja, por todos! E é somente através de minha vida de oração e união com Deus que alcançarei dEle as graças que muitas pessoas esperam e confiam”, salienta a religiosa.

Perguntada sobre qual seria o segredo para se manter em clausura há tanto tempo e permanecer com o mesmo vigor e motivação do início do chamado, Irmã Maria Teresa afirma que isso somente é possível pela graça divina, pois é “Deus quem nos chama e é Ele quem nos sustenta e dá forças, e assim posso repetir como São Paulo: ‘Tudo posso naquele que me fortalece’. A carmelita destaca também que, mesmo em reclusão, elas se sentem muitos próximas da comunidade e dos fiéis. “Muitas pessoas vêm ao nosso encontro através de telefonemas, e-mails e vindo até nosso Carmelo”.

Por fim, a monja enfatiza a importância da vocação e em uma frase sintetiza o que representa para ela ser uma religiosa: “dar testemunho e repetir como refrão as palavras do nosso querido e saudoso Papa João Paulo II: ‘Vale a pena seguir Cristo!’ “. Segundo a irmã, esses anos todos de reclusão foram cheios de graças, alegrias, bênçãos e a certeza de que vale a pena seguir este chamado especial de um Deus amoroso. “Sinto-me muito feliz e se tivesse que começar minha caminhada hoje, faria novamente a mesma escolha: ser carmelita”, conclui.


A Rotina do Mosteiro São José

Pertencentes à Ordem Carmelita Descalça, que tem sete mosteiros no estado do Rio Grande do Sul, as monjas chegaram à cidade de Rio Grande em 1894. Dormem em celas individuais, acordam às 5h30 e se recolhem às 22h15. Fazem sete orações por dia, chamadas de Ofício Divino, e têm duas horas de recreação, com conversas, bordado e música.

 

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