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“Devemos ter bem clara a nossa identidade e dignidade como fiéis leigos” diz Dom Josef Clemens no Congresso de Seul

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Congresso contou com palestras de importantes figuras da Igreja asiática

Seúl (Quarta-feira, 08-09-2010, Gaudium Press) O Congresso dos Leigos Católicos da Ásia, que terminou no último domingo, em Seúl, Coreia do Sul, foi marcado pela discussão de importantes assuntos referentes à vida e à missão do Leigos no continente asiático, abordados por importantes autoridades eclesiais. Como o secretário do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Josef Clemens, que discursou na quinta-feira, segundo dia do evento.

Dom Josef ministrou a conferência “A vocação e missão dos leigos à luz da Exortação Apostólica pós sinodal “Christifideles laici”. O prelado enfatizou que, após 22 anos de existência, a exortação continua sendo “ainda muito jovem”, bem fundamentada teologicamente e cheia de entusiasmo e ricos pontos para a vocação e a missão dos leigos na Igreja e no mundo. “Tenho certeza de que os desejos e anseios do teólogo Josef Ratzinger e do Magistério da Igreja são inteiramente satisfeitos pelos pronunciamentos feitos nos ensinamentos pós-sinodais e por meio da Exortação Apostólica “Christifideles laici””, disse.

Dom Josef expressou ainda em sua palestra a urgência de um ‘redespertar’ missionário. “Se os cristãos devem combater o relativismo generalizado, causado pelo efeito da globalização e o nivelamento geral de todas as convicções religiosas e éticas, devemos antes de tudo ter bem clara a nossa identidade e dignidade como fiéis leigos”, assegurou. Para isso, segundo o secretário do Pontifício Conselho para os Leigos, uma formação adequada é de grande importância.

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Evento foi marcado pela discussão de importantes assuntos referentes à vida e à missão do Leigos na Ásia

No mesmo dia, o professor de um seminário em Huan Loc, Vietnã, Dom Dao Dinh Duc, enfatizou que o comprometimento com a missão “ad gentes” nasceu com os leigos, pois são eles que vivem diariamente em contato com o mundo. Dom Dao afirmou em sua conferência que a missão no mundo deve ter como intuito animar a fé na cultura. E para que isso ocorra, deve-se “garantir que o Espírito alcance os ricos, os poderosos, os intelectuais, os legisladores, os universitários, porque o destino do pobre também depende deles”.

A parte da tarde foi destinada a realização de um outro painel, cujo tema foi a experiência dos leigos em ecumenismo, diálogo inter-religioso e inculturação. Após as palestras e o jantar, os participantes do congresso conferiram a exibição de um filme sobre a vida e obra do padre jesuíta Matteo Ricci, o maior evangelizador católico na China.

Renovação das paróquias e fortalecimento das escolas católicas também são destaque no Congresso

A conferência do Padre Bernardo Cevellera, sacerdote e jornalista da agência Asia News, que abordou o testemunho da fé católica nos diferentes países do continente, foi outro destaque das palestras do Congresso. O religioso falou na sexta-feira, afirmando que o sufocamento da liberdade de profissão de fé em quase todos os países asiáticos é justificado por motivos diferentes, mas que o desejo de poder dos governantes e de determinados grupos políticos é sempre um denominador comum.

Já o Padre Damasus Uichul Jeong discorreu sobre a necessidade de se preservar a sacralidade da liturgia e sobre a renovação das paróquias, no que diz respeito ás formas de evangelização. De acordo com o sacerdote coreano – a palestra foi traduzida simultaneamente em inglês e italiano – é premente que a Liturgia deve ser levada aos fiéis da forma mais fiel e perfeita possível, com especial atenção à sacralidade da mesma.

O religioso também ressaltou que as homilias devem ser sempre bem estudadas e preparadas pelos
padres e pediu que o Sacramento da Reconciliação fosse reforçado e estimulado, e oferecido de forma que leve alento ao fiel, não temor.

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Congresso teve a presença de integrantes do Arautos do Evangelho

O bispo filipino D. Tria Tirona, por sua vez, falou sobre a Missão e, principalmente, a pastoral da família em sua alocução. O prelado defendeu que sejam reforçadas as pastorais e os grupos familiares, “porque a família vem enfrentando por todo o continente desafios impostos pela secularização e pela globalização”. Para ele, é importante que a família cristã seja, acima de tudo, lugar do amor, e até brincou com um anagrama que forma a palavra família em inglês, “family: Father And Mother I Love You (Pai e Mae, Eu Te Amo).

Em seguida, o leigo indiano Prof. Guilherme Vaz discorreu sobre sobre a identidade e a missão das escolas católicas, sempre muito procuradas devido à excelência de seu ensino. Segundo ele, “um dos sinais mais incipientes da decadência de um pais ou de uma diocese é a perda da identidade das escolas católicas”. Ele explicou que a formação espiritual requer muita dedicação, para que os docentes sejam destacados católicos.

Movimentos e associações

A participação de diferentes movimentos e associações leigas e de direito pontifício também contribui para o sucesso do Congresso asiático. Entre estes, destaque para a participação dos Arautos do Evangelho, Renovação Carismática, Couples for Christ, Focolares, Legião de Maria, o Caminho Neocatecumenal e Sociedade de São Vicente de Paulo.

Peregrinação

Um dos momentos de maior destaque e emoção para os participantes do Congresso de Leigos Católicos da Ásia, no entanto, foi provavelmente a peregrinação ao Santuário onde se encontram os mártires da Coreia.

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A participação de diferentes movimentos e associações leigas e de
direito pontifício também contribui para o sucesso do Congresso

A procissão até o local percorreu um trajeto saindo do complexo da Catedral de Myongdong, cruzando a cidade e o metrô. Durante o caminho, os transeuntes e habitantes da cidade demonstravam alegria e curiosidade ao ver a diversidade de pessoas, os religiosos e seus hábitos.

No Santuário, a celebração eucarística foi presidida pelo bispo auxiliar de Seúl, Dom Andrew Yeom Soo-jung, e concelebrada pelos Cardeais Rylko e Toppo e por vários bispos asiáticos.

A peregrinação foi realizada em parceria com a arquidiocese de Seúl.

 

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